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Agência responde a Trump sobre pressa por vacina: 'Vamos seguir a ciência'

Presidente dos EUA, Donald Trump, em entrevista na Casa Branca; agentes de saúde rebateram a pressa do presidente por uma vacina contra a covid - KEVIN LAMARQUE
Presidente dos EUA, Donald Trump, em entrevista na Casa Branca; agentes de saúde rebateram a pressa do presidente por uma vacina contra a covid Imagem: KEVIN LAMARQUE

Do UOL, em São Paulo

11/09/2020 08h18

Um artigo assinado por oito executivos da FDA, agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, rebateu a afirmação do presidente americano, Donald Trump, após declarações de que a vacina contra a covid-19 estaria pronta antes das eleições no país, marcadas para 3 de novembro.

Os especialistas, que chefiam um contingente de 17 mil técnicos na FDA, afirmam que "a integridade e a independência da agência estão sendo colocadas em cheque" e defendem a "independência" do órgão na atuação contra a covid.

"A atual pandemia apresenta novos desafios para o país, para toda a comunidade de saúde e todos os níveis do governo, incluindo a FDA. Continuamos a tomar decisões sobre a segurança e a eficácia dos produtos médicos com base na ciência, mesmo quando o quadro científico é incompleto", escrevem os especialistas no texto publicado no jornal USA Today.

No artigo, o grupo afirma que "o FDA consegue o seu melhor quando seus especialistas científicos, clínicos e outros são livres para fazer o que fazem de melhor: seguir a ciência para tratar das questões de saúde pública e revisar a política se o entendimento sobre a ciência mudar".

Segundo os especialistas, o órgão só aprova produtos e medicamentos com base em sua "avaliação imparcial das evidências científicas". "Se a credibilidade da agência for perdida por causa de uma interferência real ou percebida, as pessoas não confiarão nos alertas de segurança da agência".

O artigo é assinado por Patrizia Cavazzoni, Peter Marks, Susan Mayne, Judy McMeekin, Jeff Shuren, Steven Solomon, Janet Woodcock e Mitch Zeller.

Trump declarou que os EUA teriam uma vacina até outubro durante a convenção do partido Republicano onde anunciou sua candidatura à reeleição e vem repetindo a fala em seus comícios. Desde então, ele vem sendo acusado de pressionar os laboratórios para se beneficiar de uma eventual vacina na corrida presidencial contra o democrata Joe Biden.