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Coreia: Serial killer confesso se diz surpreso por não ter sido pego antes

Lee Chun-jae confessou ter cometido série de crimes na Coreia do Sul - Reprodução
Lee Chun-jae confessou ter cometido série de crimes na Coreia do Sul Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

03/11/2020 15h38

Um homem sul-coreano admitiu ontem publicamente, perante um tribunal, que assassinou 14 mulheres e três adolescentes há mais 30 anos. Ele ainda se disse surpreso por não ter sido pego antes pela polícia.

Lee Chun-jae confessou os crimes na frente de outro homem, conhecido como Yoon, a única pessoa condenada pelos famosos assassinatos entre 1986 e 1991 na Coreia do Sul. Lee pediu desculpas aos familiares de suas vítimas e a Yoon.

"Não pensei que os crimes ficariam enterrados para sempre", disse Lee, de 57 anos, a um tribunal na cidade de Suwon. Ele confessou os assassinatos à polícia no ano passado, mas esta foi a primeira vez que discutiu publicamente os crimes.

Yoon, cujo nome completo não está sendo publicado devido a uma lei sul-coreana que protege a privacidade de suspeitos e criminosos, foi libertado em 2008, após passar 20 anos na prisão pelo estupro e assassinato de uma jovem de 13 anos, em 1988.

Por décadas, os outros nove assassinatos não foram resolvidos e os casos foram revisitados em "Memórias de um Assassino", um filme de 2003 do diretor Bong Joon Ho, vencedor do Oscar por "Parasita".

Ano passado, a polícia lançou uma nova investigação depois que evidências inéditas de DNA conectaram Lee a algumas das mortes. Os advogados de Yoon, que durante anos protestou sua inocência, estão tentando anular a condenação dele.

Lee está na prisão desde 1994, onde passará o resto da vida pelo estupro e assassinato de sua cunhada naquele ano, de acordo com o Ministério da Justiça da Coreia do Sul.

Lee diz não entender como polícia demorou tanto

No novo julgamento de Yoon, realizado ontem, Lee disse que quando foi interrogado pela polícia, no momento dos assassinatos, ele estava observando uma das vítimas.

Ele ainda contou que a polícia chegou a questioná-lo na ocasião por não andar com a identidade — e, na sequência, foi liberado. "Ainda não entendo [por que não era suspeito]", disse ele.

"Crimes aconteciam ao meu redor e eu não me esforçava para esconder as coisas, então pensei que seria pego facilmente. Havia centenas de forças policiais. Eu encontrava detetives o tempo todo, mas eles sempre me perguntavam sobre as pessoas ao meu redor", contou.

Lee disse também que não tinha motivo para matar a garota de 13 anos, além disso, não demonstrou emoção ao descrever como cometeu o crime. "Foi um ato impulsivo."

"Ouvi de alguém que uma pessoa com deficiência foi presa, mas não sabia por qual motivo ele foi preso, pois eu cometi muitos [crimes]", acrescentou.

"Eu vim, testemunhei e descrevi os crimes na esperança de que [as vítimas e suas famílias) encontrem algum conforto quando a verdade for revelada. Vou viver minha vida com arrependimento."