Brasileira morta por terrorista ia todo dia à basílica em Nice, diz amiga
A brasileira Simone Barreto Silva, 44, que morreu em um atentado terrorista ontem em Nice, na França, era uma mulher de fé. Ontem pela manhã, ela passou na Basílica de Nice, na região central da cidade, como fazia quase todos os dias na cidade, e acabou sendo uma das três pessoas mortas de um terrorista que invadiu o local.,
"Ela tinha hábito de todo dia de ir agradecer pelo dia, agradecer pelo que ela tem e pela família. Isso (o atentato) aconteceu 8h29, então ela tinha passado para rezar antes de ir para o trabalho. Era uma pessoa de muita fé, religiosa", conta ao UOL a pernambucana Waleska Irineu de Araújo, 41, amiga de Simone.
Ela conta que Simone deixou o Brasil em 1995 e saiu em busca de viver da arte. "Conhecia ela desde 1995. Ela veio para trabalhar com dança, era uma pessoa querida por todos nós. Ela tinha família que trabalhava aqui também junto com arte aqui", explica.
Além de viver do que gostava, ela conta que a saída da Bahia para a França ocorreu também para estruturar a vida. "A gente veio muito nova para a França. Claro que a gente veio para trabalhar no que gostamos, mas também para ajudar a família no Brasil e estruturar nossa vida aqui e no nosso país", conta.
Após alguns anos trabalhando como dançarina, ela largou a profissão e fez um curso de chef de cozinha. Ultimamente, Simone trabalhava como cuidadora de idosos, mas nunca deixou o lado artístico e cultural de lado, em especial ao participar da organização da Festa de Iemanjá em Nice.
Na cidade francesa, ela e a irmã eram organizadoras do festival Iemanjá e costumavam participar juntas dos eventos brasileiros na França. A irmã também foi procurada pelo UOL, mas não falou com a reportagem. Ele recebe atendimento psicológico do governo francês destinado para casos de familiares vítimas de atentado.
Um dia após a tragédia, o sentimento dos amigos e familiares ainda é de perplexidade. "Ela era uma pessoa maravilhosa, brincalhona, divertida. Não tinha problemas com ninguém. Sabia que ela era uma pessoa de fé, mas nunca pensaria que teria uma de nós lá dentro. Está todo mundo está fragilizado. É algo muito impactante, estamos longe do nosso país. Estamos muito frágeis", diz Waleska.
Simone deixou três filhos entre 4 e 14 anos. As últimas palavras dela, segundo testemunhas, foram: "Digam aos meus filhos que eu os amo".
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