EUA: Namorada de suspeito de explosão disse em 2019 que ele construía bomba
Uma mulher que se identificou como namorada do homem suspeito de provocar a explosão em Nashville (EUA) no dia de Natal, ferindo três pessoas, disse à polícia no ano passado que ele estava fabricando bombas em seu veículo recreativo.
Segundo a agência de notícias Associated Press, os policiais chegaram a visitar a casa de Anthony Warner, 63, depois do alerta, mas não conseguiram fazer contato com ele ou averiguar o veículo. Ele morreu na detonação que destruiu seu trailer e danificou mais de 40 estabelecimentos, disseram autoridades.
Os policiais foram chamados à casa de Pamela Perry, 62, em Nashville em 21 de agosto de 2019, após receber um relatório de seu advogado de que ela estava fazendo ameaças de suicídio enquanto estava sentada em sua varanda com armas de fogo, disse ontem o Departamento de Polícia Metropolitana de Nashville em um comunicado.
Um relatório informa que Raymond Throckmorton, o advogado, disse aos policiais naquele dia que também representava Warner.
Quando os policiais chegaram à casa, a polícia disse que Perry tinha duas pistolas descarregadas ao seu lado na varanda. Ela disse aos agentes que aquelas armas pertenciam a "Tony Warner" e que ela não as queria mais em casa. Perry, então com 62 anos, foi levada para uma avaliação psicológica.
Throckmorton disse ao jornal The Tennessean que Perry temia por sua segurança e pensou que Warner poderia machucá-la. O advogado também estava no local naquele dia e disse aos oficiais que Warner "fala frequentemente sobre os militares e a fabricação de bombas", diz o relatório policial.
Warner "sabe o que está fazendo e é capaz de fazer uma bomba", disse o advogado aos oficiais.
A polícia então foi para a casa de Warner, mas ele não atendeu. Os policiais viram o veículo no quintal, segundo o relatório, mas o local estava cercado e eles não conseguiram visualizar o interior do veículo.
O relatório disse que também havia "várias câmeras de segurança e fios conectados a um sinal de alarme na porta da frente" da casa. Os policiais então notificaram os supervisores e detetives. "Eles não viram evidências de um crime e não tinham autoridade para entrar em sua casa ou propriedade cercada", acrescenta o comunicado.
Após a visita na casa do suspeito, a unidade de dispositivos perigosos do departamento de polícia recebeu uma cópia do relatório policial e contatou o advogado.
Durante a semana de 26 de agosto de 2019, os agentes falaram com Throckmorton. A polícia disse que os agentes se lembraram de ele dizendo que Warner "não ligava para a polícia" e que não permitiria que Warner "permitisse uma inspeção visual do veículo".
Questionado pelo jornal, Throckmorton contesta que ele disse à polícia que eles não poderiam revistar o veículo. "Eu não tenho nenhuma memória disso", disse ele ao The Tennessean.
Investigação do FBI
A polícia informou ainda que um dia depois que os policiais visitaram a casa de Warner, o relatório policial e as informações de identificação sobre ele foram enviadas ao FBI.
Mais tarde naquele dia, o departamento de polícia disse que o FBI informou que fez verificações e não encontrou nenhum registro de Warner.
Seis dias depois, "o FBI relatou que as verificações do Departamento de Defesa de Warner foram todas negativas", disse o departamento de polícia.
Nenhuma outra informação sobre Warner chegou ao departamento ou à atenção do FBI após agosto de 2019, disse a polícia. "Em nenhum momento houve qualquer evidência de crime detectado e nenhuma ação adicional foi tomada", disse o comunicado.
Segundo a AP, a única prisão de Warner foi por acusação relacionada à maconha em 1978.
Agentes do FBI investigam se o suspeito da explosão estava "paranoico" com a tecnologia 5G, segundo informações do jornal New York Post.
Em entrevista ao canal NBC, uma fonte próxima dos investigadores afirmou que há relatos de que Warner, técnico de computação, estava com medo de que a tecnologia 5G estivesse sendo usada para investigar os americanos.
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