Britânica faz barriga solidária pela sétima vez: 'Amo estar grávida'
Ria Pawlow, de 40 anos, está grávida pela sétima vez — e afirma adorar a gestação. Mas quando chegar o momento do parto, previsto para março, ela terá que se despedir do bebê.
A britânica da cidade de Portsmouth já passou por 13 processos de fertilização in vitro e ajudou três casais a se tornarem pais. Ela é uma praticante recorrente da barriga solidária.
Juntas há dez anos, ela e sua esposa, Stacey, são mães de quatro crianças — dois de relacionamentos anteriores de Ria e outros dois gestados por Stacey com um doador de sêmen.
"Eu amo estar grávida, amo a sensação do bebê se mexendo, dar à luz é simplesmente fascinante", disse ela em entrevista ao canal Channel 4.
"Quando se é mãe, você conhece o sentimento de dar à luz, a explosão de amor que você recebe, e muitas mulheres não podem ter isso. Então se eu posso fazer isso por elas, criar esse sentimento para outras pessoas, isso para mim é fenomenal", completa ela.
"Ajudei a formar três famílias, e sempre que dou à luz com eles na sala e vejo os primeiros momentos deles com o bebê, é fantástico", afirmou.
Questionada se tem medo de se apegar ao bebê, ela afirma manter em mente que o processo é clínico. "A fertilização in vitro é um processo muito clínico, o embrião é implantado em laboratório, é tudo muito científico", explica.
"Para mim isso funciona: manter em mente que o bebê não é biologicamente meu. Isso ajuda a não se apegar", diz ela, que apelida os bebês carinhosamente de "inquilinos".
Ela afirma que a esposa Stacey dá apoio nas gestações e até participou do parto de dois dos bebês.
"Meus filhos também aceitam tudo. Como qualquer criança, eles aceitam o que você ensina para eles. Eu falo 'essas pessoas não podem ter bebês, eles tem a barriga dodói, então a mamãe vai carregar o bebê para eles'. Eles entendem perfeitamente".
No Reino Unido, assim como no Brasil, é proibido fazer barriga de aluguel, ou seja, envolver dinheiro na gestação de um bebê de terceiros. Os pais podem apenas bancar as despesas médicas.
Nas leis do país, a gestante solidária tem a guarda do bebê pelas primeiras seis semanas de vida. Só depois é que, se for sua vontade, ela transfere a guarda para os pais biológicos. Ria luta para mudar essa lei, dando ainda mais direitos aos pais biológicos.
O último "inquilino" do útero de Ria nasceu em dezembro de 2019, mas devido às interrupções por causa da covid-19, ela só conseguiu legalmente transferir a guarda da criança em setembro de 2020.
"É difícil para os pais, porque eles não têm direitos sobre a criança até que esses documentos sejam assinados. Não podem por exemplo tirar um passaporte para o filho, ter seus nomes na certidão de nascimento. Eu já precisei assinar documentos hospitalares permitindo uma cirurgia de língua presa em um dos bebês, por exemplo. Considero isso injusto com os pais. O bebê não é meu, é deles", afirma.
Ria fez sua primeira fertilização in vitro solidária em outubro de 2011 e deu à luz a Carl em junho de 2012. Ela sofreu um aborto espontâneo e teve quatro tentativas falhas de fertilização in vitro antes de dar à luz Robert, em 2014. "Chorei de soluçar quando vi os pais de Robert com ele no colo", relata.
Em 2015, foi a vez dos gêmeos Max e Ruby e em 2017, de Daisy. No parto de Daisy, Ria teve uma complicação, ficou na UTI e precisou de transfusão de sangue. Mas o problema não a impediu de engravidar novamente.
Ela tem uma estrelinha tatuada nas costas para cada bebê que trouxe ao mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.