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EUA: Biden diz que Donald Trump não ir à sua posse é "uma coisa boa"

Do UOL, em São Paulo

08/01/2021 16h51Atualizada em 08/01/2021 23h09

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que a decisão de Donald Trump de não participar de sua posse, no dia 20 de janeiro, "é uma coisa boa".

"É uma das poucas coisas em que ele e eu já concordamos", ironizou Biden, durante entrevista coletiva realizada em Wilmington, Delaware, na tarde de hoje.

Segundo a agência de notícias Reuters, Trump pode deixar Washington na véspera da posse, ou seja, dia 19. O democrata deve viajar para seu resort na Flórida.

Caso realmente falte à posse de seu sucessor, Trump será apenas o quarto presidente da história dos Estados Unidos a fazê-lo, segundo a Folha de S.Paulo. Ele se juntará a John Adams (1801), o filho dele, John Quincy Adams (1829), Andrew Johnson (1869), todos do século 19.

Já os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton devem comparecer à cerimônia, segundo informações divulgadas pela emissora CNN.

Biden vê desafio com vacinação

Durante o seu discurso, Biden afirmou que a campanha de vacinação para a covid-19 será o maior desafio de seu governo. O país iniciou a imunização no fim de dezembro. O objetivo é vacinar 100 milhões de pessoas até março.

"As vacinas trazem a esperança, mas a distribuição tem sido difícil. Esse será um desafio operacional, o maior deles, que enfrentaremos. Investiremos bilhões de dólares para levar as vacinas à população", disse Biden, que tomará posse no dia 20 de janeiro.

De acordo com estudo da Universidade Johns Hopkins, que faz o monitoramento da covid no mundo, 3.865 mortes por covid-19 foram registradas na última quarta-feira. É o maior número em único dia desde o começo da pandemia. No total, os EUA totalizam até agora 367.143 mortes por covid-19. O número de casos totais é de 21.305.321.

Aumento de salário mínimo

No discurso, o democrata também citou aquilo que definiu como "economia desigual" durante a crise da pandemia da covid-19 e prometeu levar auxílio econômico às minorias.

"Uma em cada quatro empresas não está aberta. E 400 mil empresas fecharam. Um terço delas com negros ou latinos proprietários tem um mês para pagar as contas. O auxílio ajudou as empregas a se manterem abertas. Mas as empresas que são comandadas por pessoas brancas tiveram mais acesso ao auxílio. E o governo de Trump não criou a responsabilização. Mas a boa notícia é que o auxílio aprovado no mês passado levará auxílio a todos. Esse dinheiro será levado a todos", reforçou.

Biden falou ainda sobre o seu plano para aumentar o salário mínimo dos americanos para US$ 15 a hora (R$ 80,17, na cotação atual).

"Também espero que o controle democrata da Câmara e do Senado leve a aumentar o salário mínimo das pessoas. Precisamos recompensá-las. E os políticos de ambos os partidos reconhecem que é preciso aumentar o salário mínimo, para que o mínimo seja de US$ 15 a hora. Ninguém deve trabalhar 40 horas por semana e ainda viver abaixo da linha da pobreza. Essas pessoas têm o direito de receber US$ 15 a hora como salário mínimo."

A pandemia de covid-19 causou a pior crise desde 1929, com milhões de americanos perdendo seus empregos ou tendo suas jornadas de trabalho reduzidas.

Segundo dados da agência AFP, um total de 140 mil empregos foi perdido somente em dezembro, uma perspectiva muito pior do que a antecipada pelos analistas, que previam a criação de 112.000 empregos, segundo dados divulgados hoje.

A taxa de desemprego ficou estável em relação a novembro, em 6,7%, em linha com as expectativas, sinal de que a participação no mercado de trabalho está se deteriorando. Nos Estados Unidos existem 4 milhões de desempregados de longa duração, há mais de 27 semanas, mesmo número registrado em novembro.