Trump condena violência em invasão ao Congresso, mas não cita impeachment
O presidente americano Donald Trump fez pronunciamento pouco tempo depois de a Câmara dos Representantes —equivalente a Câmara dos Deputados no Brasil— votar a favor do processo de impeachment contra ele. Trump é acusado de incitar manifestantes a invadirem o prédio do Capitólio, em Washington, na semana passada. Cinco pessoas morreram.
No vídeo, que foi divulgado pelo perfil oficial da Casa Branca, nas redes sociais, Trump inicia condenando a violência e os atos de vandalismo que marcaram a invasão ao Congresso.
"Caros americanos. Quero falar com vocês sobre o evento da semana passada. Como eu disse, a invasão ao Capitólio fere a nossa República e irritou muito o nosso espectro político. Quero ser muito claro: eu condeno a violência. A violência e o vandalismo não têm lugar em nosso País", disse Trump. (Assista ao vídeo abaixo)
"Nenhum verdadeiro apoiador meu jamais poderia endossar a violência política. Nenhum verdadeiro apoiador meu jamais poderia desrespeitar a aplicação da lei ou nossa grande bandeira americana (...) Agora estou pedindo a todos que já acreditaram em nossa agenda que pensem em maneiras de aliviar as tensões, acalmar os ânimos e ajudar a promover a paz em nosso País."
No pronunciamento, Donald Trump prometeu ainda dar segurança na posse do democrata Joe Biden, que venceu as eleições de novembro e irá substitui-lo no próximo dia 20 de janeiro, além de manter uma transição pacífica. Trump, no entanto, optou por não comentar o processo de impeachment aberto contra ele.
Menos de uma semana antes de deixar o cargo, o presidente Trump teve seu impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Com isso, ele se torna o primeiro presidente na história a ser impedido duas vezes em um mesmo mandato.
Por um placar de 232 a 197, Trump foi acusado pelos congressistas de "incitação à insurreição" após a invasão ao Capitólio no último dia 6, que deixou cinco mortos. O presidente incentivou que seus apoiadores marchassem a Washington na intenção de impedir a oficialização de Joe Biden como novo presidente do país.
Mesmo com a votação favorável ao impeachment na Câmara, Trump deve permanecer no cargo até o fim de seu mandato, uma vez que é necessária a aprovação do Senado para que o afastamento seja, de fato, confirmado.
Se o afastamento for aprovado também no Senado — mesmo após o término do mandato de Trump —, há a possibilidade de o republicano perder seus direitos políticos. No artigo de impeachment, é citada a 14ª emenda constitucional que proíbe qualquer pessoa que tenha "se envolvido em uma insurreição ou rebelião" contra os EUA de exercer "qualquer cargo".
Invasão deixou cinco mortos
A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, responsabilizou Trump pela invasão de apoiadores dele ao Capitólio na última quarta-feira (6). O ataque interrompeu a sessão de certificação do presidente eleito Joe Biden, que precisou ser realizada mais tarde no mesmo dia, e provocou caos e tumulto.
Horas antes da invasão, Trump discursou para centenas de pessoas em frente à Casa Branca e convocou o público a protestar contra o resultado das eleições presidenciais, que elegeram Joe Biden para iniciar seu mandato na próxima semana. Trump alega que Biden se elegeu por conta de fraudes eleitorais, mas não conseguiu provar nada até agora.
Trump já foi a julgamento uma vez na Câmara, controlada pelos democratas, em dezembro de 2019, por ter pressionado o líder da Ucrânia a investigar Joe Biden, com o objetivo de prejudicar suas chances de disputar as eleições presidenciais de 2020. Mas acabou sendo absolvido pelo Senado, de maioria republicana.
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