Pedido de impeachment de Trump é formalmente entregue ao Senado dos EUA
Os congressistas democratas designados como "promotores" do julgamento político contra Donald Trump apresentaram formalmente hoje a ata de acusação no Senado, marcando a abertura oficial do processo de impeachment contra o ex-presidente por "incitamento à insurreição".
O julgamento é histórico na política dos Estados Unidos por ser a primeira vez que um presidente passa pelo processo de impeachment duas vezes em um mesmo mandato.
Nunca um presidente americano teve um impeachment aprovado pelo Senado dos Estados Unidos. Uma possível condenação do republicano poderia ter influência no futuro de Trump como político e impedi-lo de ocupar outro cargo público novamente. De acordo com a Constituição americana, o Senado pode desqualificar o ex-presidente a "exercer e desfrutar de qualquer cargo de honra, confiança ou lucro sob os Estados Unidos".
Hoje, o presidente Joe Biden falou sobre o assunto e afirmou que "o julgamento tem que acontecer", mesmo reconhecendo que isso afetaria sua agenda política.
A condenação de Trump só ocorre caso uma maioria de dois terços dos senadores vote a favor do impeachment. Para isso, é necessário que pelo menos 17 senadores republicanos decidam por condenar o ex-presidente, o que, para Biden, não deve acontecer.
"O Senado mudou desde que eu estava lá, mas não mudou muito", disse o presidente dos Estados Unidos.
Os líderes do Senado concordaram em não iniciar o julgamento até 9 de fevereiro. Com isso, o ex-presidente Trump tem algumas semanas para preparar sua defesa contra as acusações.
Trump já busca equipe de defesa
O ex-presidente Donald Trump busca uma equipe completa para defendê-lo no processo de impeachment. Trump e Butch Bowers, advogado que concordou em representar o ex-presidente, já começaram a traçar uma estratégia para a defesa.
De acordo com informações da CNN, Trump encontra dificuldades em conseguir mais representantes porque os advogados nos Estados Unidos demonstraram relutância em ser associados ao episódio de invasão ao Capitólio.
Lindsey Graham, senador republicano próximo a Donald Trump, afirmou que o ex-presidente "quer acabar logo com o assunto" e que "não imagina" que Trump sairia de sua casa na Flórida, onde está morando desde que deixou a Casa Branca, para encarar seu julgamento.
As acusações contra Trump
O segundo julgamento de impeachment contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump é baseado em um artigo, ou acusação, de "incitamento à insurreição" que surgiu do ataque de 6 de janeiro ao Congresso.
Em 6 de janeiro, após um discurso de Trump perto da Casa Branca, milhares de seus apoiadores marcharam em direção ao Capitólio e invadiram o prédio, forçando os congressistas a fugir e interrompendo a sessão conjunta das duas casas para certificar a vitória de Biden.
A acusação de impeachment diz que, nos meses anteriores, Trump "repetidamente emitiu declarações falsas de que os resultados da eleição presidencial foram produto de fraude generalizada e não deveriam ser aceitos pelo povo americano ou certificados por autoridades estaduais ou federais".
O texto acrescenta que, em 6 de janeiro, Trump fez declarações "que, no contexto, encorajaram e previsivelmente resultaram em ações ilegais no Capitólio".
"Com tudo isso, o presidente Trump pôs em sério risco a segurança dos Estados Unidos e de suas instituições de governo", indica o documento.
(Com AFP)
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