Mulher diz que perder a virgindade aos 30 a 'libertou' de 'seita' cristã
Jessie Shedden nasceu em uma família seguidora da Igreja Cristã dos Irmãos de Plymouth, instituição que hoje, aos 34 anos, ela vê como uma "seita". A mulher galesa relembra os tempos de infância, dizendo que não poderia comemorar aniversários, ouvir música pop, ou até mesmo se vestir com calças e maquiagens. Entretanto, foi no sexo causal, também proibido pela igreja, que ela diz ter encontrado uma "libertação" para as privações.
Seguidora da igreja "há gerações", a família de Jessie a proibia de conhecer outros meninos e os únicos homens que ela poderia ficar perto eram o pai e os irmãos. As privações dentro de casa também eram comuns, as leituras que ela podia fazer tinham cunho religioso e ela não podia "colar posters" na parede do quarto.
"Toda a socialização era com outras famílias de irmãos, e muitas vezes fazíamos as refeições juntos depois da igreja", diz Jessie, que passou a juventude inteira controlada pelas privações impostas pela "seita".
Criada nesse ambiente, Jessie, apesar de não gostar, aceitava as ordens familiares. No entanto, em 2016, a mãe dela foi diagnosticada com câncer, fazendo-a perceber o tanto que era infeliz e como a vida era curta.
Então, no dia de seu 30º aniversário, Jessie decidiu quebrar as regras e dar um "presente para si mesma": perder a virgindade. Ela se reconectou com um rapaz do passado, que também era membro da "seita", e, escondidos no banco de trás de um Honda HR-V, os dois realizaram o primeiro ato sexual da vida dela. "Foi libertador", afirma.
"Não foi sexy ou romântico, mas foi brilhante", disse ela para o tabloide The Sun. Jessie ainda conta que o medo ao redor do sexo a deixou paranoica pelas chances de engravidar, mesmo tendo usado preservativos, único contraceptivo acessível para ela até então.
Ela conta que cada família da igreja "se via como uma bolha autônoma de pureza", mentalidade que minou o conhecimento dela a respeito de sexo e sexualidade. "Aos 14, eu me sentia excitada e queria saber porquê estava", relata. Segundo ela, o assunto era tão banido que mesmo ao perguntar como os bebês eram feitos, seus pais não lhe responderam.
Entre uma tentativa de casamento arranjado e as privações sociais a que era imposta, Jessie conta que se sentia uma adolescente, ao ponto que fez sexo pela primeira vez aos 30 anos. O ímpeto de rebeldia passou a tomar conta da jovem cristã, que comprou um celular secreto e passou a juntar dinheiro do trabalho, também em segredo, para deixar a casa dos pais.
"Quando admiti tudo, meus pais ficaram com o coração partido. Os líderes da igreja tentaram me persuadir a ficar, e mamãe parou na porta, implorando para que eu não fosse, mas eu sabia que tinha que permanecer forte e me obriguei a ir embora."
"Quando cheguei à minha nova casa, fiquei em choque. Foi assustador, mas emocionante também. Desde os 31 anos, tive muitas primeiras vezes."
Em dezembro de 2019, Jessie conheceu Dai, que agora é seu noivo. Olhando para trás, ela considera a perda da virgindade como uma libertação da "seita" e diz ter encontrado sua "alma gêmea", graças ao poder de experimentar o que quer.
Contatado pelo The Sun, um porta-voz da igreja disse: "A decisão da Sra. Shedden de não frequentar mais nossa igreja é uma escolha pessoal e desejamos a ela o melhor. Rejeitamos veementemente qualquer alegação de que as experiências da Sra. Shedden estão ligadas ao estilo de vida e às práticas da Igreja Cristã dos Irmãos de Plymouth."
"A Igreja Cristã dos Irmãos de Plymouth é uma Igreja Cristã tradicional, que segue os ensinamentos da Bíblia Sagrada. Nossos 18.000 membros têm orgulho de viver e trabalhar em comunidades em todo o Reino Unido por quase 200 anos e abraçamos totalmente os valores britânicos de individualidade e respeito mútuo", concluiu.
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