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Aliados, Israel e EUA divergem sobre diminuição do conflito em Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que continuará com operação militar em Gaza - Yuval Chen/Pool/AFP
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que continuará com operação militar em Gaza Imagem: Yuval Chen/Pool/AFP

Do UOL, em São Paulo

19/05/2021 14h55

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse hoje que está "determinado a continuar esta operação até que seu objetivo seja alcançado" em Gaza após apelos dos Estados Unidos para encerrar a ação que deixou centenas de mortos e rumores sobre um possível cessar-fogo mediado pelo Egito.

Segundo informações da Associated Press, após uma visita ao quartel-general militar, Netanyahu disse que "aprecia muito o apoio do presidente americano", mas disse que Israel seguirá em frente "para devolver a calma e a segurança a vocês, cidadãos de Israel".

Na segunda-feira (17), Biden telefonou para Netanyahu e defendeu um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Na ligação, Biden demonstrou preocupação com o conflito, mas não exigiu uma trégua imediata, como gostaria a ala progressista do Partido Democrata.

Falando aos repórteres, o chefe de governo israelense declarou que seu país não está "com um cronômetro" e não tem um prazo definido para pôr fim à escalada da guerra com o enclave, que chegou ao seu décimo dia.

Netanyahu reuniu-se hoje com dezenas de embaixadores estrangeiros e disse que "Israel fez tudo o que pôde" para evitar a onda de violência, referindo-se a decisões policiais para acalmar as tensões com os palestinos em Jerusalém Oriental ou ao adiamento da decisão judicial sobre o despejo de famílias palestinas no bairro de Seij Yarrah, fatores detonantes da escalada com Gaza.

"Estamos tentando maximizar a operação para restaurar a tranquilidade e o período de calma que Israel pode ganhar. Há duas maneiras de fazer isso: conquistar (Gaza), e isso é sempre uma possibilidade, ou dissuadi-los", afirmou o primeiro-ministro, em alusão aos ataques aéreos contra alvos das milícias dos grupos islâmicos Hamas e Jihad Islâmica.

"Estamos agora imersos em uma forte dissuasão, mas não excluímos nada", advertiu o governante israelense em relação a uma possível incursão terrestre no enclave, algo que não ocorreu até agora.

A reunião do primeiro-ministro com dezenas de diplomatas aconteceu após dias de tentativas de mediação e de apelos internacionais para que as partes cheguem a uma trégua que até agora ainda não se materializou.

Por sua vez, a imprensa israelense noticiou ontem que um possível cessar-fogo com mediação egípcia entraria em vigor na manhã de quinta-feira.

Desde o início da escalada, em 10 de maio, as milícias de Gaza lançaram pelo menos 3.750 projéteis contra Israel, que respondeu com mais de mil bombardeios no enclave.

Até agora, a escalada da violência deixou 219 mortos em Gaza, incluindo 63 menores, e 12 em Israel, entre eles dois menores.

*Com informações da AP e EFE