Médico postou vídeo chorando antes de ser detido no Egito; esposa o defende
Victor Sorrentino, médico brasileiro detido ontem no Egito acusado de assédio, havia gravado uma série de vídeos antes da detenção pelas autoridades egípcias.
Ele aparece chorando e fala sobre "bater uma culpa na gente", após ver a repercussão de um primeiro vídeo em que aparece tecendo comentários sexistas em português para uma vendedora local.
Sorrentino também falou que sua mulher havia dito para ele que o filho do casal quase não dormia na noite anterior. "Corta o coração", disse o médico no vídeo.
Na gravação o médico também diz que a esposa afirmou que "não suporta injustiça de pessoas que não o conhece", falando dele.
Na quarta-feira (26), Kamila fez uma publicação em seu Instagram em que defende o marido depois que ele foi criticado pelo vídeo em que apareceu direcionando perguntas em português com teor sexista para a vendedora em Luxor, cidade do sul do Egito.
"O mundo está cada vez mais complexo, as pessoas vendo maldade em absolutamente tudo, mas nossa vida sempre se volta à simplicidade, ao olhar tudo pelo lado positivo e tentar não julgar", escreveu ela na legenda.
O UOL enviou mensagens na rede social e por email à empresária para comentar sobre a detenção ocorrida ontem, mas ainda não obteve retorno.
No vídeo publicado em seu perfil no Instagram, com 958 mil seguidores, o médico faz comentários sexistas em português a uma vendedora, ao comprar papiro, folha de madeira usada para escrita no Egito Antigo, na cidade de Luxor. Sorrentino é conhecido nas redes sociais como coach para uma vida saudável.
"Vocês gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?", disse o médico gaúcho. "O papiro comprido."
"Si", respondeu a mulher, em espanhol, sem entender as palavras de Sorrentino. "Tá! Maravilha", responde o brasileiro.
Em defesa do marido, Kamila disse que Sorrentino "tem esse jeito de viver a vida" e que "vive sem preconceitos, sem maldade".
"Ele tem esse jeito intenso de viver a vida que só me deixa ainda mais encantada, e super me dedico para acompanhar. Mas, o fato é que só tem um jeito de nunca errar, que é não fazendo exatamente NADA e esse, definitivamente, não é o perfil do meu amor e da pessoa que escolhi estar ao lado e caminhar lado a lado".
"Este é o Victor, aquele que poucos conhecem fora das redes, aquele que sobe no palco do casamento em que foi padrinho, e vive, sem preconceitos, sem maldade. (...) Obrigada por ser exatamente assim, esse ser humano completo, de erros e acertos, e de um coração que é impossível medir", complementou.
Hoje, Pati Sorrentino, irmã do médico, também se pronunciou, após a detenção de Victor Sorrentino.
No Instagram, ela afirmou que o irmão estava bem e que estava falando apenas diretamente com ela e o restante da família.
"Ele não foi preso. Ele foi detido para prestar esclarecimentos às autoridades egípcias sobre o que aconteceu", disse ela.
O Egito criminalizou assédio sexual em 2014. A lei prevê multas ou pena de seis meses a três anos de prisão.
Em 2020, o parlamento egípcio aprovou uma lei para manter a identidade das vítimas de agressão e assédio sexual em sigilo. O objetivo é proteger a reputação e incentivá-las a registrarem os casos.
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