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Putin diz que opositor Alexei Navalny 'sabia que estava infringindo a lei'

O presidente da Rússia, Vladimir Putin - Alexei Druzhinin/TASS via Getty Images
O presidente da Rússia, Vladimir Putin Imagem: Alexei Druzhinin/TASS via Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

16/06/2021 13h56Atualizada em 16/06/2021 14h55

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que o principal opositor ao seu governo Alexei Navalny "sabia que estava infrigindo a lei" ao não respeitar as condições de uma pena de liberdade condicional quando foi tratado na Alemanha por envenenamento.

"Este homem sabia que estava violando a lei em vigor na Rússia", disse Putin a repórteres depois de se encontrar com o presidente americano, Joe Biden, em Genebra

Navalny está preso desde janeiro, quando voltou à Rússia, após vários meses de tratamento na Alemanha depois de sofrer um envenenamento em seu país. Por conta disso, ele não compareceu a uma audiência judicial no fim de dezembro e teve a pena condicional anterior, de 2014, convertida em regime fechado. No entanto, a oposição e os países ocidentais consideram o advogado um preso político.

"Conscientemente, ignorando a lei, ele foi buscar tratamento no exterior. Ele fez o que queria", disse Putin. "Ele fez isso em sã consciência para ser preso."

'Guantánamo ainda está aberta', diz Putin sobre direitos humanos

Na entrevista coletiva à imprensa após se encontrar com Biden, Putin foi questionado sobre a situação de Navalny e se o tema dos direitos humanos foi abordado na conversa entre os dois. O líder russo, por sua vez, aproveitou para alfinetar os norte-americanos.

"Guantánamo está ainda aberta, e não corresponde aos padrões internacionais dos direitos humanos ou das leis dos Estados Unidos. De que direitos humanos estamos falando? Na Europa, haviam prisões onde se torturava. Na Rússia, nós estamos fazendo o nosso caminho", afirmou.

Opositor acusa Putin de tentar envenená-lo

Em agosto do ano passado, Navalny foi envenenado e entrou em coma quando retornava de uma viagem para a Sibéria. Inicialmente, ele foi hospitalizado em Omsk, uma grande cidade da região, mas alguns dias depois foi transferido para um hospital de Berlim após a pressão de seus familiares.

Três laboratórios europeus concluíram que o opositor foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido na época soviética, uma conclusão que foi confirmada pela OIAC (Organização para a Proibição de Armas Químicas), apesar de Moscou negar as afirmações.

O opositor acusa os serviços especiais russos (FSB) de tentarem assassiná-lo por ordem direta de Putin. No entanto, as autoridades russas acusam os serviços secretos ocidentais e até o estilo de vida de Navalny.

A Rússia se recusa a investigar o envenenamento do opositor. Uma "análise preliminar" da polícia russa do caso concluiu que não havia provas de que um crime foi cometido. E nenhuma análise russa detectou qualquer substância tóxica em seu corpo, segundo as autoridades.

*Com informações da AFP e da Ansa