'Estamos mais seguros hoje', diz chefe de ação dos EUA que matou Bin Laden
Em meio a retomada do Talibã ao poder no Afeganistão, que tem gerado medo e incertezas, o comandante da ação que matou Osama bin Laden, em 2011, no Paquistão, disse que os Estados Unidos estão "mais seguros hoje". No entanto, reconheceu que o mesmo não vale para todo o mundo.
"O objetivo da missão era levar Bin Laden à Justiça por suas ações em 11 de setembro de 2001. Muitos achavam que ele não comandava mais nada e estava ocupado em se esconder. Na verdade, o que nossa Inteligência mostrou é que ele continuava planejando operações contra os Estados Unidos e nossos aliados. Estamos mais seguros hoje, sim. Tenho certeza", observou o almirante William H. McRaven, 65 anos, que supervisionou a operação, em entrevista à revista Veja.
"Isso significa que o mundo todo está a salvo? Não. Ainda temos muitos problemas", complementou.
A relação entre EUA com o Afeganistão se estremeceu em 11 de setembro de 2001, quando membros da Al-Qaeda sequestram quatro aviões, jogando dois no World Trade Center em Nova York, um no Pentágono em Washington D.C. e o último caiu em um campo em Shanksville, na Pensilvânia. À época, o então presidente americano, George W. Bush, declarou "guerra ao terror", prometendo caçar Osama bin Laden no país.
Em outubro daquele mesmo ano, com suspeitas de que o Talibã estava escondendo o líder da Al-Qaeda, forças americanas e britânicas bombardearam o Afeganistão e, em uma incursão terrestre, forçaram a retirada dos talibãs das grandes cidades. Bin Laden, porém, conseguiu fugir e só foi capturado e morto em 2011.
Desde aquela época, os EUA estiveram presentes no país. Nesse ano, porém, o presidente Joe Biden anunciou sua decisão de remover todas as tropas do Afeganistão antes do dia 11 de setembro de 2021.
Foi, então, que o grupo fundamentalista islâmico, considerado pela ONU como organização terrorista, retomou o poder. Eles invadiram a capital do Afeganistão sem muita resistência, além de 26 das 34 capitais provinciais em um período de 7 dias, em um avanço rápido embora não surpreendente para observadores internacionais.
Perguntado sobre a instabilidade revelada com a saída das tropas americanas do país, McRaven diz se preocupar com o ressurgimento do Talibã. Para ele, todo o progresso feito em termos de direitos das mulheres, por exemplo, poderá retroceder.
"Também me preocupa a imigração e a estabilidade do país. Não só a volta do Talibã, como outros grupos extremistas vão avançar no Paquistão", disse, mas também garantiu que os EUA "continuarão de olho" nos dois países remotamente.
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