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Família busca respostas sobre morte misteriosa de brasileira na Argentina

Causa da morte foi dada como natural, mas novos elementos mudaram cursos da investigação - Reprodução/Facebook
Causa da morte foi dada como natural, mas novos elementos mudaram cursos da investigação Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

29/08/2021 23h05Atualizada em 30/08/2021 14h04

A família de Luana de Melo, brasileira morta aos 25 anos em Buenos Aires, na Argentina, em 2018, está há três anos buscando respostas sobre as circunstâncias da morte da jovem, que foi encontrada sem vida em seu apartamento na capital portenha. Em entrevista ao "Domingo Espetacular", a mãe de Luana, Rosemary Carneiro, levantou a suspeita a filha não tenha morrido de causas naturais, como havia sido informado à família anteriormente.

Luana foi encontrada morta em março de 2018, deitada na sua cama no apartamento que havia alugado recentemente. A proprietária da residência afirmou à TV que, na semana da morte, a jovem estava de licença médica porque não se sentia bem. Além disso, o laudo médico dizia que ela teria uma patologia cardíaca e estava com problema pulmonar. Na época, policiais haviam informado que ela teria morrido de causas naturais, mas o laudo da perícia chegou a apontar também uma suspeita de asfixia.

"A descrição da roupa dela é a mesma roupa que a amiga dela que esteve com ela na noite anterior [havia descrito], era a mesma roupa, era o pijama dela. Ela não tinha nenhum sinal de violência. (...) Quando eu cheguei na delegacia eu perguntei o que havia ocorrido e eles falaram 'Olha, tudo aparenta que foi uma morte natural'", relembrou Laura Melo, irmã de Luana, ao programa.

Nascida em Jataí (GO), a 320 km de Goiânia, Luana se mudou para a Argentina aos 22 anos, após conhecer uma amiga pela internet. Ela fez uma viagem para o país e acabou decidindo ficar em Buenos Aires, conquistando um emprego de assistente financeiro em uma multinacional. "Ela já estava muito deprimida. Ela falava 'Mãe, eu não gosto daqui. Eu quero viajar", contou a mãe Rosemary Carneiro à TV.

Após receber a notícia da morte de Luana, a família decidiu fazer o translado do corpo para o enterro, mas percebeu que alguns pertences da jovem tinham sumido. "O celular dela estava faltando, eu sabia que ela tinha um computador do trabalho, que era diferente dos que foram encontrados, e eu sabia que ela tinha um dinheiro guardado", disse a irmã. Três meses depois, o celular da brasileira foi achado com Amadeus Uruchi Condori, irmão de Iver Uruchi Condori, um homem que tinha um negócio de venda de uniformes no andar acima de Luana.

Segundo a proprietária do imóvel, Iver era seu funcionário e tinha as chaves de todos os apartamentos, inclusive as da casa da brasileira. Eles foram convocados a prestar depoimento, mas invocaram o direito de se manterem calados durante a oitiva. Os irmãos respondem por furto e intercepção de objeto furtado. A proprietária do imóvel afirmou que, ao contar sobre a morte da inquilina, Iver não demonstrou surpresa. "Ele não se surpreendeu, meus amigos que não a conheciam ficaram mais surpresos que ele", disse à TV.

Agora, a família está pressionando a Justiça argentina para obter respostas sobre o caso de Luana, que após três anos ainda não teve um desfecho. "Ela amava o país, amava ser uma cidadã. Eu quero que a Justiça de Buenos Aires tenha cuidado com a minha filha", defendeu Rosemary na TV.

O UOL tentou contato com o Ministério Público da Argentina, que investiga o caso, para mais informações, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.