Com Talibã, Afeganistão vira país sem mulheres em alto escalão do governo
Com a invasão pelo Talebã e a formação de um governo provisório, o Afeganistão virou um país sem mulheres em altos escalões do governo. Dessa forma, o país se junta a dezenas de outras nações que se encontram na mesma situação, como Azerbaijão, Armênia, Coreia do Norte, Papua Nova Guiné, Arábia Saudita, Tailândia, Tuvalu, Vanuatu e Vietnã.
Segundo reportagem da CNN americana, as mulheres ocupavam 6,5% dos cargos ministeriais e cerca de 27% do parlamento antes da invasão do Talibã. O número era maior que o dos Estados Unidos, onde as mulheres representam 26,8% de todos os membros do Congresso.
Os dados acima são de janeiro de 2021 da IPU (União Interparlamentar) - uma organização internacional de parlamentos nacionais com sede em Genebra.
De acordo com a Constituição do país de 2004, pelo menos 68 do total de 250 assentos da câmara baixa do parlamento são reservados para mulheres, com dois assentos reservados para mulheres em cada uma das 34 províncias do país.
O porta-voz do Talibã, Sayed Zekrullah Hashimi, afirmou na quarta-feira que as mulheres não podiam lidar com o fato de serem ministras e que deveriam se contentar em dar à luz. "Não há necessidade de mulheres no gabinete. Você a está sobrecarregando com algo que ela não é capaz de realizar, ela não é capaz. Que coisa útil pode resultar disso?", afirmou Hashimi, em uma entrevista ao jornal TOLO do Afeganistão.
Na terça-feira, a Diretora Executiva Interina da ONU Mulheres, Pramila Patten, expressou sua indignação com a ausência de mulheres no governo interino do Afeganistão. "Ao excluir as mulheres da máquina do governo, a liderança do Talebã enviou um sinal errado sobre seu objetivo declarado de construir uma sociedade inclusiva, forte e próspera. A participação política das mulheres é um pré-requisito fundamental para a igualdade de gênero e a democracia genuína", disse.
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