Casal decide se casar 40 anos após ter sido separado por causa do racismo
Um casal do Reino Unido que foi forçado a se separar na adolescência por questões de racismo vai finalmente se casar, quase 40 anos depois. Eles se reencontraram no Facebook, após décadas de separação. As informações são do site britânico Birmingham Live.
Penny Umbers, de 60 anos, fez um anúncio impactante aos amigos e familiares: estava desistindo de sua vida no Reino Unido como assistente-executiva para morar com Mark Bethel, 61, nas Bahamas. "Estou desistindo de tudo em Bromsgrove e vou morar com Mark, nas Bahamas", disse ela, reconhecendo que este seria um grande passo, mas fez um adendo. "Existem muito poucos casais mestiços nas Bahamas".
O detalhe informado fica claro quando se conhece a história do casal, que teve início no final da década de 1970. Penny tinha apenas 16 anos quando conheceu Mark Bethel, um jovem das Bahamas, de 17 anos, que foi estudar em uma escola particular em Nottingham. Os dois se apaixonaram e começaram uma relação.
Eles se separaram pela primeira vez quando Mark voltou ao seu país de origem. Os jovens ficaram trocando cartas de amor, poemas e pinturas, mas tiveram nova oportunidade de ficar juntos depois que uma bolsa de estudos deu a Mark a chance de cursar o ensino superior em Londres e Penny passou a frequentar uma faculdade politécnica nas proximidades. O relacionamento ia bem até o jovem terminá-lo, sem motivos ou explicações.
A dupla seguiu sem contato, casaram com outros parceiros e se divorciaram, até que uma mensagem no Facebook, enviada por ele, em 2019, começou a redefinir o desfecho de ambos. Somente após uma visita dela às Bahamas, a verdade foi revelada. "Eu não sabia, mas meu pai foi para a universidade de Mark. Ele disse conhecer pessoas em cargos importantes e que revogaria sua bolsa se ele não parasse de me ver", contou Penny.
Disseram que ele não deveria ter um relacionamento com uma garota branca. Mark não poderia sobreviver em Londres sem sua bolsa de estudos e teria que voltar para as Bahamas, sem nenhum diploma, com seus pais dizendo: 'te avisamos tanto!'.
O jovem manteve distância, terminou a graduação e viajou o mundo trabalhando em hotelaria, sem nunca esquecê-la. "Quando nos conhecemos, eu me apaixonei por ela e foi mágico. Quando o pai dela falou comigo, eu não conseguia acreditar que estava naquela situação. Eu não tinha muito poder. Eu estava a milhares de quilômetros de distância de casa, em um país estrangeiro. Eu era totalmente dependente da minha bolsa de estudos. Foi de partir o coração", declarou Mark.
Nova vida
Foi uma foto de Penny, vestindo uma roupa preta, em frente à fachada do Castelo de Windsor que chamou a atenção do agora sexagenário. "Quase 40 anos depois eu não tinha certeza se era ela. Enviei mensagens repetidas, mas ela não era realmente uma usuária ativ, então esperei alguns meses até ela ler".
Após se reverem, eles voltaram a se relacionar, já planejam o casamento e estão escrevendo um livro sobre sua história, para ajudar a aumentar a conscientização das pessoas.
"Eu sempre fui próxima do meu pai, então pensar na maneira como ele me traiu durante toda a minha vida e nunca me deixou saber a verdade? Acho que ele não queria um genro negro. Meu pai tem Alzheimer, então não posso falar com ele sobre isso agora", concluiu Penny.
As datas do casamento e do lançamento do livro do casal ainda não foram anunciadas.
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