Família desliga aparelhos de bebê ferido em passagem de tornado nos EUA
Um bebê de apenas dois meses foi mais uma vítima do tornado que atingiu o estado de Kentucky (EUA) nas últimas sexta-feira e sábado, com 74 mortes confirmadas. A menina, que se chamava Oaklynn, teve os aparelhos desligados por decisão da família, depois que médicos avisaram que seu cérebro já estava totalmente comprometido e continuava a inchar.
Os pais da criança estavam escondidos com ela e mais dois filhos dentro de um banheiro na casa da família, na cidade de Dawson Springs, quando foram surpreendidos pelos fortes ventos causados pelo fenômeno, sendo sugados para fora da casa e atirados no meio da rua.
Inicialmente, os exames feitos em Oaklynn não mostraram sequelas do incidente em seu corpo, mesmo que os pais da menina tenham notado uma sonolência excessiva e grunhidos vindos do bebê. Mas novos testes feitos em um segundo hospital infantil indicaram sangramento no cérebro da paciente, detalhou seu pai, Douglas Koon, em entrevista à afiliada do canal ABC no estado.
Ele, a mulher e os três filhos vivem em uma casa sobre rodas na cidade norte-americana, mas tinham se deslocado para a casa da sogra do homem em busca de abrigo reforçado na noite mais violenta do tornado. A caçula ficou presa a uma cadeirinha enquanto toda a família se apertava dentro de um dos banheiros do imóvel.
"Nós sentimos que isso oferecia mais proteção para ela", explicou Koon. "E então, do nada, nós sentimos que estávamos sendo jogados para todos os lados como uma boneca de pano em um saco. Parecia que alguém estava me batendo com um taco de baseball repetidas vezes e não era possível ouvir nada além de destruição", descreveu.
Todos da família foram jogados para o meio da rua. Um dos irmãos do bebê ferido, Dallas, de apenas quatro anos, estava soterrado em escombros e com um sangramento na cabeça, mas já foi liberado. A avó das crianças também teve um grande corte na resta, sem mais complicações.
Um homem que passava pela região ofereceu uma carona para a família até uma escola da vizinhança, que atendia vítimas do tornado, já que as ruas estavam cheias de detritos e dificultavam a chegada de socorristas às áreas mais afetadas.
Depois de chegar a um local seguro, na primeira visita de Oaklynn ao hospital, sua pressão arterial e batimentos cardíacos estavam normais e seus raios x não mostraram nenhuma alteração alarmante.
Foi apenas no domingo (12) que a mãe da criança decidiu levá-la novamente a outro hospital, notando os barulhos estranhos e a sonolência da filha. Mesmo com o diagnóstico de sangramento cerebral, causado em parte por uma hemorragia interna não detectada, a condição do bebê deteriorou rapidamente ao longo da noite.
Os médicos então disseram à família que a menina havia sofrido dano cerebral irreversível e que sua expectativa de sobrevida era pequena, já que seu cérebro continuava inchando.
Diante do diagnóstico, o pai e a mãe de Oaklynn decidiram desligar seu respirador. A menina morreu na segunda (13).
"Eu não quero ver minha filha sofrer mais do que já sofreu apenas porque eu quero me agarrar a algo que não existe", explicou Koon. "Eu sou grato por ter tido pelo menos dois meses. Ela era a bebê mais linda do mundo, com o maior sorriso e os olhos mais lindos", concluiu ele à TV norte-americana.
Até o domingo, a morte de 13 pessoas já havia sido registrada em Dawson Springs, cidade com apenas 2.500 habitantes. Segundo contagem da CNN, atualizada nesta terça-feira, 74 mortes já foram confirmadas em todo o estado do Kentucky.
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