EUA interceptam aviões da Rússia no mar Báltico, diz Otan
Caças dos EUA interceptaram aviões da Rússia que sobrevoavam o mar Báltico, informou hoje a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
As interceptações, realizadas na quinta-feira, ocorreram no momento em que as tensões aumentam entre a Otan e a Rússia devido ao avanço de militares de Moscou (cidade-sede do governo russo) em torno da Ucrânia.
Segundo a organização, caças F-15 da Força Aérea norte-americana fizeram a interceptação das aeronaves russas que operavam perto de um espaço aéreo aliado no Báltico.
Em nota, o órgão afirmou que as aeronaves "não haviam apresentado planos de voo e não estavam se comunicando com o Controle de Tráfego Aéreo".
"Durante a interceptação, foi confirmado que esses caças estavam escoltando uma aeronave de transporte russa TU-154. Em nenhum momento a aeronave russa entrou no espaço aéreo aliado e todas as interações foram seguras e profissionais", diz o comunicado.
Noruega e Reino Unido
No mesmo dia, aeronaves norueguesas e britânicas interceptaram aeronaves russas que voavam do Mar de Barents para o Mar do Norte.
Segundo a Otan, os noruegueses interceptaram um avião de reabastecimento junto a bombardeiros durante uma missão de reabastecimento. Mais tarde, outro grupo de aeronaves foi interceptado enquanto voava em direção às Ilhas Britânicas.
O mar Báltico fica entre Suécia, Finlândia, Rússia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia. Já o mar de Barens é localizado ao norte da Rússia e da Noruega, perto do Oceano Ártico.
Forças dos EUA e da OTAN rotineiramente se esforçam para identificar aeronaves militares e civis russas voando perto de seu espaço aéreo sem planos de voo previamente apresentados. Autoridades da Otan dizem que aviões de guerra russos frequentemente voam com seus transponders desligados e não respondem ao controle de tráfego aéreo.
UE e EUA querem conter Putin
A intervenção ocorre num momento em que os Estados Unidos e países da União Europeia buscam formas de conter o avanço de militares russos em território ucraniano. O Kremlin (sede do governo russo) nega que esteja planejando invadir a Ucrânia.
A crise no Leste Europeu —que opõe a Rússia à Ucrânia e ao Ocidente, representado pela aliança militar Otan— pode provocar uma guerra em solo europeu, segundo projetam serviços de inteligência dos EUA e autoridades europeias.
A Rússia já iniciou grandes ataques internacionais anteriormente: na Chechênia em 1999, na Geórgia em 2008, na Síria em 2015 e na Crimeia (região separatista da Ucrânia) desde 2014.
No início de janeiro, relatório de inteligência emitido pelo governo ucraniano disse que a Rússia enviou militares em direção à sua fronteira ocidental "de forma permanente".
A Rússia pediu aos EUA e à Otan garantias de segurança, incluindo promessas de que a Otan não admitirá a Ucrânia no bloco. Enquanto isso, os legisladores norte-americanos pressionam a Casa Branca e o Departamento de Defesa para aumentar a ajuda bélica à Ucrânia, numa tentativa de conter a crise.
Putin: 'Interferência do Ocidente agrava crise'
O presidente russo tem afirmado que o Ocidente está "agravando" o conflito na Ucrânia, ao realizar exercícios militares no Mar Negro: "Nossos parceiros ocidentais estão agravando a situação, fornecendo a Kiev armas modernas letais e conduzindo manobras militares ousadas no Mar Negro."
Em conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron, em novembro do ano passado, o presidente russo descreveu como "provocação" as manobras militares realizadas pelos EUA e pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na região.
O Mar Negro é uma região importante para a Rússia, que controla a península da Crimeia depois de anexá-la da Ucrânia em 2014. Desde então, Kiev tem travado um conflito com rebeldes pró-Rússia no leste do país, que já custou mais de 13 mil vidas.
Especulações ocidentais sobre os planos da Rússia no leste da Ucrânia surgiram em meio a um confronto sobre uma crise de imigrantes na fronteira com Belarus, alinhada ao Kremlin, e a Polônia, membro da UE.
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