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Alemanha vai enviar mais soldados ao leste europeu por crise na Ucrânia

Tanque na base militar de Munster, na Alemanha - Fabian Bimmer/Reuters
Tanque na base militar de Munster, na Alemanha Imagem: Fabian Bimmer/Reuters

Do UOL*, em São Paulo

07/02/2022 12h29Atualizada em 07/02/2022 15h42

A Alemanha anunciou hoje que vai enviar mais 350 soldados a Lituânia para fortalecer o flanco leste da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em meio ao temor que a Rússia invada a Ucrânia.

"Vamos reforçar nossa contribuição de tropas no flanco leste da Otan e vamos enviar um sinal claro de determinação para os nossos aliados", disse a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, acrescentando que os militares serão enviados dentro de "poucos dias".

O chefe do comitê militar da Otan, o almirante holandês Rob Bauer, disse hoje que a aliança pode aumentar a presença militar nos países bálticos e na Polônia, caso a Rússia mantenha soldados em Belarus após um exercício militar planejado.

A Rússia tem 30 mil soldados na vizinha do norte da Ucrânia para exercícios militares conjuntos este mês, elevando o total de destacamento militar russo nas fronteiras da Ucrânia para mais de 100 mil.

Os Estados Unidos enviaram 3 mil soldados para a Romênia e a Polônia na semana passada para reforçar os aliados.

"Pode haver mudanças no futuro como resultado desses desdobramentos", disse Bauer em entrevista coletiva em Vilnius, capital lituana. "Depende muito, é claro, se as tropas russas em Belarus permanecerão em Belarus".

Moscou disse que não está planejando uma invasão da Ucrânia, mas pode tomar uma ação militar não especificada se as exigências de segurança não forem atendidas, incluindo a promessa de que a Ucrânia nunca será admitida na Otan, uma demanda que os Estados Unidos e a aliança de segurança ocidental de 30 países consideram inaceitável.

'Apoio inequívoco à Ucrânia'

A ministra alemã de Relações Exteriores, Annalena Baerbock, prometeu apoio inequívoco da Alemanha à Ucrânia em uma visita a Kiev nesta segunda-feira.

Em uma coletiva de imprensa conjunta, Baerbock e seu equivalente ucraniano, Dmytro Kuleba, disseram que ninguém poderá separar seus dois países, e Baerbock ressaltou que a Alemanha está disposta a pagar um alto preço econômico para conter Moscou.

Autoridades ucranianas criticaram publicamente a Alemanha por se recusar a vender armamentos a Kiev e em relação à uma impressão de que Berlim estaria relutante em impedir o fluxo de gás no gasoduto Nord Stream 2, vindo da Rússia, no caso de um eventual ataque de Moscou.

A visita de Baerbock a Kiev, sua segunda em três semanas, é uma de uma série de visitas de autoridades de alto escalão de Estados-membros da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com o objetivo de demonstrar solidariedade com a Ucrânia desde que a Rússia mobilizou dezenas de milhares de tropas em suas fronteiras com o país.

"Estamos com a Ucrânia", disse Baerbock. "Ninguém vai conseguir nos dividir", e acrescentou: "Caro Dmytro, você sabe que pode contar com a Alemanha".

*Com AFP e Reuters