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Criminosos? Escavação acha cemitério romano com 40 esqueletos decapitados

Muitos dos esqueletos decapitados estavam com a cabeça posicionada entre as pernas ou ao lado dos pés - Divulgação/HS2
Muitos dos esqueletos decapitados estavam com a cabeça posicionada entre as pernas ou ao lado dos pés Imagem: Divulgação/HS2

Colaboração para o UOL

07/02/2022 11h54Atualizada em 07/02/2022 11h54

Arqueólogos descobriram um cemitério romano com 425 esqueletos, cerca de 40 deles decapitados, durante uma escavação em uma zona de obras ferroviárias no condado de Buckinghamshire, na Inglaterra. Os pesquisadores ainda estão avaliando a descoberta, mas as primeiras impressões sugerem que os restos mortais encontrados com a cabeça separada do corpo seriam de criminosos punidos pelo império na Roma Antiga.

Também é considerada a possibilidade de que a decapitação fosse apenas um rito normal de enterros entre o povo que vivia ali. Muitos dos esqueletos encontrados nessa condição estavam com a cabeça colocada entre as pernas ou ao lado dos pés, o que pode indicar algum tipo de tradição. Além dos sepultamentos, os arqueólogos encontraram restos de cremação no local.

O cemitério é dividido por duas áreas separadas de enterros, portanto é possível que tenha sido organizado por tribo, família ou grupo étnico. A quantidade de pessoas enterradas, algo que impressionou os escavadores, aponta para um grande fluxo populacional.

"A escavação é significativa tanto para permitir uma caracterização clara desta vila romana como também para estudar muitos dos seus habitantes. Juntamente com vários novos locais de assentamentos romanos descobertos durante as obras, ele aprimora e preenche o mapa da Buckinghamshire romana", comentou Richard Brown, diretor de projetos da COPA, um consórcio formado para a realização de "empreendimentos arqueológicos".

Esqueleto - Divulgação/HS2 - Divulgação/HS2
Arqueólogos suspeitam que esqueletos decapitados podem ser de criminosos.
Imagem: Divulgação/HS2

A descoberta do cemitério é parte de um projeto ligado à construção da High Speed 2 (HS2), uma linha ferroviária de alta velocidade que vai ligar Londres a Wigan. Enquanto as obras estão sendo realizadas, arqueólogos exploram as regiões da rota que será traçada pelos trens. "Antes de construirmos pontes, túneis, trilhos e estações, o maior programa de arqueologia já realizado no Reino Unido está ocorrendo ao longo da linha", explica o site oficial da HS-2.

O projeto já rendeu uma série de descobertas arqueológicas. Na região do cemitério, localizada nas proximidades de Aylesbury, escavações revelaram outros detalhes da época em que a Grã-Bretanha era dominada pelo Império Romano.

Entre os exemplos, está uma importante estrada com uma superfície de calcário bem construída e valas de drenagem. Também foram descobertos mosaicos de 1.500 anos e 1.200 moedas junto com pesos de chumbo, indicação de que a área tinha força comercial e industrial, além de colheres, alfinetes, broches, dados de jogo e sinos.