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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia tomou controle da usina nuclear de Chernobyl, diz Ucrânia

Do UOL, em São Paulo e Brasília *

24/02/2022 13h05Atualizada em 24/02/2022 17h02

A usina nuclear de Chernobyl foi capturada pelos militares da Rússia, de acordo com um conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak.

"É impossível dizer se a usina nuclear de Chernobyl está segura após um ataque totalmente sem sentido dos russos", disse. "Essa é uma das ameaças mais sérias na Europa agora".

Na tarde de hoje, veículos militares russos foram avistados no local, de acordo com vídeos publicados em redes sociais.

Mais cedo, Podolyak acusou a Rússia de querer cometer um "ato terrorista".

Há vários dados operacionais de que a Federação Russa quer cometer um ato terrorista na usina nuclear de Chernobyl e causar uma catástrofe ambiental poderosa. Isso muda a imagem do que está acontecendo na Ucrânia, está claro que a Rússia não quer só derrubar o governo ou substitui-lo por fantoches —ela quer causar destruição máxima na Ucrânia Mykhailo Podoliak, conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também denunciou a intenção dos militares russos, após a informação de que tropas russas vindas de Belarus entraram numa área próxima à antiga usina.

Segundo Zelenskiy, as forças ucranianas travam um combate para evitar que tropas da Rússia capturem Chernobyl, que está localizada a 120 km de Kiev, capital da Ucrânia.

Autoridades da Ucrânia relatam combates perto do depósito de resíduos nucleares da central de Chernobyl.

Na madrugada de hoje, Vladimir Putin autorizou a invasão contra a Ucrânia. Há ataques por terra, ar e mar em todo o país. Partes da região ucraniana de Kherson, no sul do país, não estão mais sob controle de Kiev, admitiu a administração regional.

"As forças de ocupação russas estão tentando capturar Chernobyl. Nossos defensores estão dando suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita", escreveu Zelensky. "Esta é uma declaração de guerra contra toda a Europa".

Minutos depois, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia publicou um post dizendo que o ataque russo contra a Ucrânia "pode causar outro desastre ecológico", citando o acidente de abril de 1986, quando parte da Europa foi contaminada após a explosão do quarto reator da central de Chernobyl.

"Se a Rússia continuar a guerra, Chernobyl pode acontecer novamente em 2022."

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Milhares de moradores de Kiev estão fugindo da cidade e tentando atravessar a fronteira. Segundo cálculos da União Europeia, mais de um milhão de pessoas podem chegar a essas nações nos próximos dias.

Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial.

Usina de Chernobyl está desativada

Após um dos reatores da usina de Chernobyl ter causando um dos piores acidentes nucleares do mundo, em abril de 1986, somente 14 anos após a tragédia que houve a desativação total das instalações.

No momento em que as explosões ocorreram na Ucrânia Soviética, 30 pessoas foram mortas instantaneamente, enquanto outras milhares tiveram sintomas da radiação.

A região ainda sofre os impactos mesmo após mais de 20 anos sem atividades nucleares. Em 2018, a ONU (Organização das Nações Unidas) estimava que a Ucrânia teria gasto entre 5% a 7% do seu orçamento com atividades ligadas ao acidente.

Quase 800 detidos na Rússia ao protestar contra guerra

Cidadãos estão sendo detidos pelas forças policiais da Rússia ao protestarem contra o conflito armado na Ucrânia. Até agora, foram registradas 788 detenções, em 42 cidades, segundo um levantamento feito pela ONG de direitos humanos, OVD-info. Metade das abordagens aconteceu em Moscou. Os protestos contra a guerra realizados por cidadãos russos foram proibidos pelo presidente Vladimir Putin.

A polícia antidistúrbios russa prendeu dezenas de pessoas hoje na praça Pushkin, em Moscou, enquanto em São Petersburgo, a antiga capital imperial, cerca de 20 pessoas foram detidas.

"Em conexão com a disseminação de pedidos de participação em tumultos e comícios relacionados à situação tensa da política externa", o comunicado do comitê alertou contra as "consequências legais negativas dessas ações, que incluem processos e até responsabilidade criminal".

Em tom de ameaça, o comitê policial disse que antecedentes criminais trazem consequências negativas e que deixam uma "marca no futuro da pessoa".

Ucranianos fogem do país

Milhares de pessoas que residem na Ucrânia estão fugindo do país por conta da guerra instaurada pela Rússia. A União Europeia estima que mais de um milhão de pessoas possam chegar às nações que fazem fronteira com a Ucrânia nos próximos dias.

Diante das investidas bélicas contra a Ucrânia, a Comissão Europeia se prontificou a fornecer ajuda humanitária, informando que está disposta a receber um número ilimitado de refugiados.

O suporte aos cidadãos ucranianos foi informado hoje pela presidente da comissão, Ursula von der Leyen, que prontificou o posicionamento do grupo sobre fornecer asilo e "total assistência", além de anunciar o suporte financeiro à Ucrânia no valor de 1 bilhão de euros.

Operação militar autorizada por Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma "operação militar especial" no leste da Ucrânia por volta das 5h45 de hoje (23h45 de ontem, no Brasil).

"Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história", disse o presidente russo em pronunciamento transmitido em cadeia nacional.

Na madrugada, a Ucrânia confirmou que a Rússia havia iniciado os ataques contra o seu território.

O exército russo afirma que separatistas localizados no leste ucraniano estão tomando controle de algumas regiões.

*Com Reuters e AFP