UE anuncia que aceitará número ilimitado de refugiados da Ucrânia
A UE (União Europeia) anunciou na manhã de hoje que está disposta a receber um número ilimitado de cidadãos que estejam deixando a Ucrânia para fugir dos ataques da Rússia. A ajuda humanitária foi informada pela presidente da comissão, Ursula von der Leyen, que se prontificou a fornecer asilo e "total assistência" aos cidadãos, além de anunciar o suporte financeiro à Ucrânia no valor de 1 bilhão de euros.
"Não sabemos quantos refugiados serão, mas estamos totalmente preparados para aceitá-los", disse von der Leyen na manhã de hoje.
A Alemanha também disse que irá prestar ajuda os países vizinhos, caso haja fluxos em grande escala de refugiados. O comunicado foi emitido pela ministra do Interior Nancy Faeser. A promessa é que o país também forneça "ajuda maciça" aos estados afetados, principalmente aos da Polônia, com quem faz fronteira.
"Estamos acompanhando de perto se haverá um influxo de refugiados para nossos países vizinhos", disse Faeser. A ministra informou ainda que o país está mantendo contato frequente com a Polônia e Comissão da União Europeia para fornecer suporte, caso seja necessário.
O secretário do Ministério do Interior da Polônia, Pavel Szefernaker, declarou que o país também estará disponível para abrigar ucranianos que busquem abrigo.
"Nas próximas horas, oito centros serão instalados nas voivodias de Lublin e Subcarpathian [províncias] perto da fronteira ucraniana para admitir refugiados da Ucrânia", disse ele.
Os refugiados receberão informações, alimentação, descanso e assistência médica, disseram autoridades polonesas. O Ministério da Saúde da Polônia indicou que "foram preparados locais para tratar os feridos, se necessário".
"Acreditamos que atualmente seria possível acomodar vários milhares de pacientes. A Polônia tem os estoques necessários de medicamentos", disse o ministério em mensagem enviada à AFP.
Reino Unido anuncia vistos para ucranianos
- Cidadãos ucranianos em uma rota do sistema baseado em pontos existentes podem estender sua licença no Reino Unido;
- Cidadãos ucranianos com um visto de visitante existente podem excepcionalmente mudar para uma rota de imigração do sistema baseado em pontos sem ter que deixar o Reino Unido;
- Cidadãos ucranianos com um visto de visitante existente podem solicitar licença adicional sob a rota familiar sem atender ao requisito de status de imigração, desde que atendam aos requisitos de licença com base em circunstâncias excepcionais;
- Cidadãos ucranianos com visto de trabalhador sazonal existente terão sua licença no Reino Unido estendida até 31 de dezembro;
- Cidadãos ucranianos em empregos temporários de açougueiro de carne de porco terão sua licença no Reino Unido estendida até 31 de dezembro e também poderão se inscrever na rota de trabalhadores qualificados;
Congestionamentos
Moradores de Kiev, capital ucraniana, enfrentam longas filas de carros em estradas e postos de gasolina. A movimentação intensa passou a acontecer horas após Putin anunciar o ataque bélico.
No início da manhã, houve relatos sobre o fluxo de veículos nas fronteiras ucranianas com a Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia.
No momento, a Ucrânia fechou seu espaço aéreo à aviação civil. O ministério de Infraestrutura avalia que há um "alto risco para a segurança" e por esse motivo, a interrupção do tráfego civil também será interrompido pouco após a meia-noite.
Voos foram cancelados no aeroporto da cidade russa de Rostov, perto da fronteira com a Ucrânia. Países vizinhos também fecharam o seu espaço aéreo.
A União Europeia já se posicionou afirmando que apoiará os estados vizinhos à Ucrânia para que seja fornecida ajuda humanitária o "mais rápido possível", segundo informações da CNN internacional.
Mãe e filhos se abrigam em estação de metrô
Uma mãe acompanhada de dois filhos pequenos tentam se refugiar em uma estação de metrô em Kharkiv, na Ucrânia. Clarissa Ward disse à CNN que os três acordaram por volta das 5 horas da manhã, no horário local, ao ouvir as explosões.
O filho de 9 anos respondeu "mais ou menos", ao ser perguntado pela reportagem da emissora se estava com medo.
Mãe e filhos só têm lanches e água para sobreviver. Clarissa Ward declarou ainda que nunca pensou que estariam nesta situação e pensam em ficar em uma delegacia local durante a noite.
"Tentamos ser corajosos, porque temos filhos e não queremos mostrar a eles que estamos com medo", disse ela.
ONU intensifica operações na Ucrânia e em países vizinhos
A agência de refugiados das Nações Unidas está intensificando as operações humanitárias na Ucrânia e em países vizinhos. A medida foi adotada após cidadãos ucranianos começarem a fugir do país.
O comissário da ONU, Fillippo Grandi, disse que a organização está "seriamente preocupada com a rápida deterioração" do cenário entre a Rússia e a Ucrânia.
Grandi também lamentou pela ação militar em andamento, ordenado por Putin contra o território ucraniano.
"Também estamos trabalhando com governos de países vizinhos, pedindo que mantenham as fronteiras abertas para aqueles que buscam segurança e proteção. Estamos prontos para apoiar os esforços de todos para responder a qualquer situação de deslocamento forçado", disse à CNN.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados pediu que países vizinhos mantenham as fronteiras abertas para aqueles que buscam segurança ao deixar o país.
Nigerianos dizem que estão abandonados
Em entrevista à CNN internacional, estudantes nigerianos relataram que não têm suporte do país para evacuar a Ucrânia, diferente do que acontece com outros governos e seus cidadãos.
O estudante de medicina Ero-Phillips disse que já está difícil se deslocar dentro de Lviv, ainda que a cidade não tenha registrado explosões.
"Com base no que ouvi dos cidadãos indianos, seu governo está tentando obter trânsito gratuito para eles até a fronteira polonesa", disse Ero-Phillips.
Em um comunicado na quinta-feira, a Embaixada da Índia em Kiev disse que estão sendo tomadas providências para evacuar cidadãos e estudantes indianos.
Abrigo subterrâneo em Lviv
Moradores de Lviv, cidade localizada no oeste da Ucrânia, estão sendo orientados pela prefeitura da cidade a procurar abrigo subterrâneo em bunkers. A medida foi adotada devido ao avanço das tensões causadas pelos ataques russos, segundo informou o vice-prefeito Andriy Moskalenko à CNN internacional.
"Em Lviv, tivemos esta manhã sirenes. Então foi um sinal para as pessoas se mudarem para lugares subterrâneos. Era uma ameaça potencial", disse ele, acrescentando que não houve explosões.
Moradores saíram para sacar dinheiro em bancos e caixas eletrônicos, além de irem a postos de gasolina para fazer estoques. A cidade também instruiu os moradores a adotarem aulas remotas para que estudantes universitários e crianças possam ficar em casa.
"Neste momento, a cidade funciona normalmente. Temos abastecimento de água, aquecimento, transportes, bancos e outras instituições a funcionar. Nós, juntamente com o serviço de segurança do estado, a administração, com a polícia, gerimos o nosso trabalho", disse Moskalenko à CNN internacional.
Operação militar autorizada por Putin
O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma "operação militar especial" no leste da Ucrânia por volta das 5h45 de hoje (23h45 de ontem, no Brasil).
"Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história", disse o presidente russo em pronunciamento transmitido em cadeia nacional.
Durante a madrugada, a Ucrânia confirmou que a Rússia havia iniciado os ataques contra o seu território. O exército russo afirma que separatistas localizados no leste ucraniano estão tomando controle de territórios.
Explosões
Explosões foram registradas no território de Kiev, capital da Ucrânia, e em Kharkiv, segunda maior cidade do país, localizada no nordeste.
Em Maripuol, cidade portuária no leste do país, ao menos duas explosões foram ouvidas hoje. Também há relatos em Odessa, no Mar Negro. Já em Kramatorsk, cidade que serve de quartel-general para as forças ucranianas, foram ouvidas pelo menos quatro fortes explosões.
* Com AFP
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