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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Soldados russos baixam as armas, sabotam veículos e se rendem, diz NYT

Soldado russo é fotografado em cima de veículo militar em Mykolaivka, na região separatista de Donetsk - Alexander Ermochenko/Reuters
Soldado russo é fotografado em cima de veículo militar em Mykolaivka, na região separatista de Donetsk Imagem: Alexander Ermochenko/Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/03/2022 22h37Atualizada em 02/03/2022 13h40

Grupos de militares da Rússia que invadiram a Ucrânia estariam desistindo de lutar contra o país vizinho. De acordo com o The New York Times, um alto funcionário do Pentágono disse que soldados estão se rendendo e sabotando os próprios veículos em território ucraniano.

A motivação para a desistência da guerra seria o moral baixo das tropas, assim como a escassez de alimentos, combustíveis e peças de reposição para os veículos. Jovens e mal preparados, soldados russos baixaram as armas antes mesmo de lutar, após serem surpreendidos pela rigidez da defesa ucraniana, disse o oficial dos Estados Unidos ao NYT, em condição de anonimato.

Em alguns casos, militares da Rússia deliberadamente furaram o tanque de combustível de seus veículos, para evitar o combate com o inimigo, disse a fonte do NYT.

De acordo com o jornal, o alto funcionário não explicou como essas informações da guerra chegaram até o Pentágono, mas o jornal pontua que provavelmente as declarações dos soldados russos foram interceptadas pelos serviços de inteligência dos EUA.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia no UOL News com Fabíola Cidral:


Comboio russo a caminho de Kiev

As dificuldades enfrentadas pelas tropas russas, segundo contou ao NYT o alto funcionário do Pentágono, podem ser a explicação para o lento deslocamento a Kiev do comboio de tanques e blindados que se estendeu por cerca de 64 km, como mostraram na segunda-feira imagens de satélites.

Contudo, os comandantes militares, segundo o oficial, podem estar se "reagrupando e repensando" a estratégia de ataque. Ele diz que oficiais e a inteligência dos EUA consideram inevitável a tomada da capital da Ucrânia pela Rússia.

"Eles têm muita força à disposição deles", disse o funcionário do Pentágono, acrescentando que 80% dos mais de 150 mil soldados russos reunidos nas fronteiras da Ucrânia já se juntaram ao conflito.

Na Crimeia, tropas russas que estão ao sul do território da Ucrânia estariam se recusando a participar da invasão ao país vizinho, segundo o site ucraniano The Kyiv Independent. De acordo com o veículo, o Centro de Estratégias de Defesa ucraniano diz que os membros da 810ª Brigada de Fuzileiros Navais da Rússia estão em um "estado desmoralizado".

No sábado (26), um oficial militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmou à CNN Internacional que a Rússia está avançando devagar no território da Ucrânia porque as tropas russas estão "tendo problemas". Ele apontou que a falta de diesel era um dos entraves para uma maior rapidez na expansão russa.

"Eles não têm diesel, estão avançando muito devagar e o moral é obviamente um problema", disse o militar à emissora norte-americana.

Resistência ucraniana surpreende

Um funcionário de alta patente do Pentágono disse, no sábado, que a Rússia estava "cada vez mais frustrada" com a resistência do Exército ucraniano.

As forças russas "estão frustradas por (...) uma resistência ucraniana muito determinada que as conteve", disse o funcionário do Departamento de Defesa dos EUA, afirmando que "pelo que vemos, essa resistência é maior do que os russos anteciparam".

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Segundo o governo do Reino Unido, vários soldados russos têm sido presos pelos ucranianos, e Moscou passou a restringir detalhes sobre os conflitos nas redes sociais russas, na tentativa de "ocultar detalhes sobre a guerra de seu próprio povo".