Otan e G7 reafirmam apoio à Ucrânia após tentativa de 'intimidação' russa com míssil

Nesta terça-feira (26), os embaixadores da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reafirmaram seu apoio a Kiev depois que a Rússia disparou um míssil balístico de alcance intermediário hipersônico em solo ucraniano na semana passada.

O ato foi denunciado como uma tentativa de "intimidação", de acordo com um comunicado da aliança. Os ministros das relações exteriores do G7 também expressaram seu apoio à Ucrânia e alertam para apoio da Coreia do Norte à Rússia.

A Rússia atingiu a Ucrânia na quinta-feira (21) com um míssil balístico. Moscou descreveu o lançamento como "experimental", apesar da tecnologia de última geração com capacidade de portar ogivas nucleares, mas que o míssil estaria sem sua carga nuclear, ao mesmo tempo em que prometeu multiplicar esse tipo de ataque se Kiev continuasse a usar mísseis ocidentais para atingir território russo.

Esse ataque "é visto como mais uma tentativa da Rússia de aterrorizar a população civil da Ucrânia e intimidar aqueles que apoiam a Ucrânia" em sua guerra contra a Rússia, anuncia a declaração da Otan. Isso "não impedirá que os aliados apoiem a Ucrânia".

"Foi crucial para nós ouvir uma reação resoluta de nossos parceiros", disse Nataliia Galibarenko, chefe da missão ucraniana na Otan. E, acrescentou, "todos eles observaram que essa ação representou uma escalada significativa da Rússia e mais uma prova de sua falta de desejo de acabar com a guerra".

No dia seguinte ao disparo do míssil russo, a Ucrânia pediu a seus aliados ocidentais que lhe fornecessem novos sistemas de defesa aérea de última geração. Moscou garantiu que esses mísseis hipersônicos eram impossíveis de serem interceptados.

Novos envios de força militar

Os ministros das Relações Exteriores da Otan se reunirão na próxima semana em Bruxelas, e é possível que alguns deles anunciem que estão enviando à Ucrânia novos sistemas de defesa aérea, acrescentou.

A Ucrânia está esperando por decisões "concretas" contra a Rússia, como apontou seu ministro das Relações Exteriores, Andriï Sybiga, na semana passada.

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A escalada das tensões ocorre em um momento em que os europeus temem que o apoio militar americano à Ucrânia seja interrompido com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, e que um acordo de paz seja concluído em detrimento da Ucrânia.

"Não posso imaginar que seria do interesse dos Estados Unidos permitir que Putin saia vitorioso dessas negociações", disse o chefe do Comitê Militar da Otan, o almirante holandês Rob Bauer, em uma conferência em Bruxelas na segunda-feira.

O Conselho Otan-Ucrânia foi criado em 2023 para facilitar o diálogo entre Kiev e a Aliança Atlântica.

G7 alerta para apoio da Coreia do Norte à Rússia

Nesta terça-feira, os ministros das relações exteriores do G7 também expressaram seu apoio à Ucrânia e condenaram o que descreveram como "retórica nuclear irresponsável e ameaçadora" da Rússia.

Os ministros do G7 anunciaram sua intenção de começar a distribuir fundos de um empréstimo de US$ 50 bilhões (mais de R$ 290 bilhões) de ativos russos congelados até o final do ano.

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Eles também alertaram sobre os riscos apresentados pelo apoio da Coreia do Norte à Rússia, considerando-o como uma extensão perigosa do conflito, com sérias repercussões para a segurança da Europa e da região do Indo-Pacífico.

Os ministros do G7 enviaram um apelo à China, aliado de longa data da Coreia do Norte, que tome medidas para acabar com esse apoio. "O uso de um míssil balístico de alcance intermediário pela Rússia em 21 de novembro é mais uma prova de seu comportamento imprudente e crescente", declararam eles em uma declaração conjunta após a reunião.

A Rússia fez um grande avanço ao longo das linhas de frente no leste da Ucrânia, onde as forças russas obtiveram alguns de seus maiores ganhos territoriais desde 2022.

(Com AFP)

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