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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Ucrânia acusa Rússia de "violações flagrantes" de direitos humanos

Do UOL, em São Paulo

03/03/2022 13h27

A vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Emine Dzhaparova, acusou hoje a Rússia de cometer "violações flagrantes" dos direitos humanos, no oitavo dia de invasão.

"Os eventos recentes apontam claramente para o fato de que as tropas russas que lutam na Ucrânia realizam as mais flagrantes violações e abusos dos direitos humanos, engajando-se em atos que claramente equivalem a crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse Dzhaparova em um vídeo dirigido ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

"Bombas russas estão destruindo as cidades e vilarejos de minha terra natal, visando áreas residenciais, escolas, orfanatos, hospitais, igrejas, museus, torres de TV, praças centrais e infraestrutura crítica", acrescentou. Ela pediu que a ONU responsabilize a Rússia pela invasão e pela agressão.

Ontem, com apoio do Brasil, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução deplorando os ataques russos contra a Ucrânia, pedindo a retirada imediata das tropas e apelando para que negociações sejam estabelecidas.

"Este é o momento da verdade, não apenas para meu país que luta por sua sobrevivência, mas para todo o sistema internacional de direitos humanos e suas instituições fundamentais, e para aqueles que foram encarregados de promover os direitos humanos como membros deste conselho", disse Dzhaparova.

A Rússia nega que esteja atacando civis na Ucrânia. Contudo, há registro de vítimas e danos à infraestrutura das cidades. O escritório de direitos humanos da ONU disse hoje que confirmou que 249 civis foram mortos e 553, feridos. Os números de mortes de civis, no entanto, variaram entre as diferentes autoridades e agências.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu hoje que reconstruirá seu país e disse que a Rússia pagará por isso.

"Vamos reformar cada casa, cada rua, cada cidade, e dizemos à Rússia: aprenda a palavra 'reparação'. Vocês pagarão por tudo o que fizeram contra nosso país e contra cada cidadão nosso. Não esqueceremos de cada um que morreu por nós", declarou Zelensky, em uma mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.

Ele disse ainda que a Rússia está atacando até igrejas e catedrais, que servem como abrigos durante a guerra, e prometeu reconstruir os templos religiosos: "Mesmo se destruírem todas as igrejas, não destruirão nossa fé em Deus e em pessoas."

Rússia e Ucrânia iniciam segunda rodada de negociações

Representantes da Rússia e da Ucrânia se reuniram hoje para uma segunda rodada de negociações por um cessar-fogo no conflito.

Nas redes sociais, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse que os principais temas são o cessar-fogo imediato, armistício e corredores humanitários para saída de civis que estão em "aldeias/cidades destruídas ou constantemente bombardeadas".

O oitavo dia da invasão da Rússia à Ucrânia começou com uma nova onda de ataques, atingindo áreas civis pelo país. O foco de atenção está no sul ucraniano. Após os russos tomarem a cidade de Kherson ontem, as cidades portuárias de Mariupol e Odessa são hoje alvo de avanços das forças de Vladimir Putin.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

A ONU (Organização das Nações Unidas) já estima em 1 milhão o número de pessoas que fugiram da Ucrânia em razão dos ataques no país. A Rússia reconhece ter perdido cerca de 500 soldados no conflito, número menor do que os quase 9.000 russos mortos contabilizados pelos ucranianos. Não é possível confirmar a veracidade dos números. A Ucrânia diz ter perdido mais de 2.800 de seus soldados.