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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia estabelece prazo para rendição de combatentes ucranianos em Mariupol

Militares russos dirigem blindado em Mariupol, no sudeste da Ucrânia - STRINGER/REUTERS
Militares russos dirigem blindado em Mariupol, no sudeste da Ucrânia Imagem: STRINGER/REUTERS

Do UOL, em Brasília

20/03/2022 21h42Atualizada em 21/03/2022 00h29

A Rússia defendeu neste domingo (20) que as forças armadas ucranianas em Mairupol baixem as armas e deixem a cidade por meio de corredores humanitários. De acordo com o coronel general Mikhail Mizintsev, chefe do Centro Nacional de Controle de Defesa da Rússia, os ucranianos têm até as 5h (pelo horário de Moscou, 23h pelo horário de Brasília) desta segunda-feira (21) para mandar uma resposta por escrito aos termos russos para a abertura de corredores humanitários.

Conforme a agência de notícias russa RIA Novosti, Mizintsev disse que a Rússia vai garantir uma saída segura de Mairupol e a preservação da vida de todos que depuserem suas armas.

"Nós pedimos às unidades das Forças Armadas da Ucrânia, aos batalhões de defesa territorial, aos mercenários estrangeiros que parem as hostilidades, deponham suas armas e, ao longo dos corredores humanitários acordados com o lado ucraniano, entrem em territórios controlados por Kiev", disse Mizintsev à agência russa.

A Ucrânia rebateu a proposta russa e descartou a ideia de rendição. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, ao jornal ucraniano Ukrainska Pravda que os russos enviaram a mesma carta ao ucranianos, à ONU (Organização das Nações Unidas) e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O conteúdo, segundo ela, é "um retorno à história e outro delírio".

"Não podemos falar sobre a entrega de armas. Já informamos o lado russo sobre isso. Em vez de gastar tempo em oito páginas de cartas, basta abrir o corredor [humanitário]", afirmou.

Na prática, a deposição de armas e a saída dos combatentes para os territórios controlados por Kiev —capital da Ucrânia— representaria a saída das forças de resistência da cidade, que está com falta de água, luz e aquecimento.

Neste domingo, o parlamento de Mariupol também disse que as forças russas bombardearam uma escola no sábado, onde 400 moradores estavam abrigados, mas o número de vítimas ainda não é conhecido.

De acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, hoje 7.295 saíram de Mariupol usando quatro corredores humanitários.

Cidade é estratégica

Com saída para o mar, a região tem sido alvo de algumas das maiores ofensivas das forças russas desde o início do conflito. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que o cerco a Mariupol, cidade portuária estratégica no sudeste do país, será considerado um crime de guerra.

"Nós insistimos em uma resposta oficial por escrito do lado ucraniano antes das 5h de amanhã, ou seja, 21 de março, a todas as propostas puramente humanitárias da Federação Russa listadas, em nome de salvar os moradores de Mariupol e a infraestrutura da cidade", afirmou Mizintsev.

A proposta russa é que seja declarado cessar fogo a partir das 9h30 (horário de Moscou). Das 10h às 12h, ocorreria a passagem no corredor para todas as unidades armadas da Ucrânia e os mercenários estrangeiros, sem armas ou munições, em rota previamente acertada. A partir das 12h, haveria a passagem de comboios humanitários com alimentos, medicamentos e itens essenciais, dos dois lados.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Mizintsev disse ainda que, durante a evacuação da cidade, será garantida aos ucranianos e aos cidadãos estrangeiros a escolha de qualquer um dos corredores humanitários ou o direito de permanecer na cidade.

De acordo com a agência, as forças russas também fizeram um apelo às autoridades de Mariupol, observando que elas poderiam fazer uma escolha histórica: "ou estão com seu povo ou com bandidos".

O governo russo indicou ainda que, caso não haja a rendição, as autoridades poderão enfrentar um tribunal militar.