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Ucrânia: Retomada de territórios e ameaça a acordo marcam 37º dia de guerra

Do UOL*, em São Paulo

01/04/2022 18h48Atualizada em 01/04/2022 18h48

Após intensas negociações pela redução da atividade militar e a retomada de conversas, de forma virtual, a suspeita de ataques ucranianos contra a Rússia voltaram a estremecer as relações entre os dois países nesse 37º dia de conflito. Um incêndio atingiu um depósito de petróleo em Belgorod, cidade russa a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

Segundo o governador da região, Vyacheslav Gladkov, o incêndio foi provocado por um ataque aéreo de dois helicópteros das Forças Armadas ucranianas. Os russos afirmam que o ataque dificulta a relação entre as duas nações, que há semanas caminham para um acordo.

A Ucrânia não nega a autoria dos ataques. O governo ucraniano afirmou que "está realizando uma operação de defesa para repelir a agressão armada russa".

Também hoje, tropas russas desocuparam a usina nuclear de Chernobyl, segundo a empresa estatal da Ucrânia Energoatom. Funcionários relataram que, atualmente, não há "estranhos" entre eles, em referência aos soldados de Vladmir Putin. A Rússia invadiu o local no início da guerra, em 24 de fevereiro.

Militares ucranianos também conseguiram retomar o controle de 11 vilas na região de Kherson, uma das primeiras áreas do país totalmente ocupadas pelos russos, segundo o portal "Ukrinform".

"Graças aos esforços dos nossos defensores da 60ª Brigada de Infantaria, que é parte do Agrupamento das Tropas do Sul, as seguintes vilas da região de Kherson foram liberadas: Novovorontsovka, Mala Shesternia, Novohryhorivka, Topolyne, Kniazivka, Krasnivka, Svobodne, Kamianka, Pryhiria, Kochubeivka, Orlove", diz a nota oficial publicada pelo site de notícias.

Blindados australianos

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, confirmou que enviará veículos blindados para a Ucrânia após um pedido do presidente Volodymyr Zelensky. O chanceler australiano, no entanto, não informou quando e quantos veículos — conhecidos como Bushmasters — serão enviados.

"Não estamos apenas enviando nossas orações, estamos enviando nossas armas, estamos enviando nossas munições, estamos enviando nossa ajuda humanitária, estamos enviando tudo isso e coletes à prova de balas", disse Morrison.

Espiões russos

Ucranianos estão receosos com relatos dos dyversanti, sabotadores e grupos espiões que trabalham para a Rússia. Eles vivem à paisana, junto à população, para semear confusão e desconfiança durante a guerra, segundo o jornal norte-americano The New York Times.

Há relatos de sabotadores alertando o governo russo sobre possíveis alvos. No primeiro mês da guerra entre Rússia e Ucrânia, o SBU (Serviço de Segurança Ucrânia) diz ter desmantelado 20 grupos de sabotadores e prendido 350 pessoas.

*(Com Reuters, Ansa, AFP, DW, The New York Times e EFE)