Primeira-dama pede que mundo 'não se acostume com a dor da Ucrânia'
A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, pediu nesta terça-feira (12) que o mundo não se "acostume com a dor" do país em meio ao conflito com a Rússia. A guerra entre os países chegou hoje ao seu 48º dia.
O principal para a Ucrânia hoje é que todo o outro mundo nos ouça e nos veja, e é importante que nossa guerra não se torne 'habitual', para que nossas vítimas não se tornem estatísticas. É por isso que me comunico com as pessoas através da mídia estrangeira. Não se acostume com a nossa dor! Olena Zelenska, esposa de Volodymyr Zelensky, em entrevista à CNN Internacional.
Olena também declarou que não irá mais abordar russos para explicar a situação, segundo a Ucrânia, que o país de Putin provocou com a invasão em 24 de fevereiro.
"Mas o problema é que os russos não querem ver o que o mundo inteiro vê, [para] se sentirem mais confortáveis. Afinal, é mais fácil dizer: 'É tudo falso' e ir tomar seu café do que ler a história de uma determinada pessoa que morreu, olhar para seus parentes e amigos que estão em luto."
E completou: "(...) Como fazer os russos verem isso? Estou cada vez mais inclinada a pensar que, infelizmente, de algum modo, eles são cegos de crença. Eles não querem ouvir e ver".
Na entrevista, realizada por e-mail, a primeira-dama relatou que chegou a ficar um mês falando com o marido apenas por telefone. Casada com Zelensky desde 2003, Olena contou que está escondida com a sua filha, Sacha, 17, e Kyrylo, de 9 anos, enquanto o marido e a equipe dele moram no escritório do presidente.
"Devido ao perigo, meus filhos e eu fomos proibidos de ficar lá", relatou à emissora norte-americana.
Ao ser questionada sobre ser um dos principais alvos dos russos após Zelensky, ela afirmou que toda a sociedade ucraniana está na mira do país de Vladimir Putin.
"Por alguma razão me fazem esta pergunta constantemente. Mas se você olhar de perto, fica claro que todo ucraniano é um alvo para os russos: toda mulher, toda criança. Aqueles que morreram no outro dia de um míssil russo [enquanto] tentavam evacuar de Kramatorsk não eram membros da família presidencial, eram apenas ucranianos. Assim, o alvo número um para o inimigo somos todos nós."
Por fim, a esposa de Zelensky agradeceu a sociedade ucraniana, incluindo as mulheres, por ajudarem o país no conflito.
"(...) Quando o ataque aconteceu, não nos tornamos uma 'multidão assustada', como o inimigo esperava. Não. Nos tornamos uma comunidade organizada. Imediatamente, as controvérsias políticas e outras que existem em todas as sociedades desapareceram. Todos se uniram para proteger sua casa. Vejo exemplos todos os dias e nunca me canso de escrever sobre isso. Sim, os ucranianos são incríveis."
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