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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Putin diz que negociações de paz com a Ucrânia estão em 'beco sem saída'

Do UOL, em São Paulo

12/04/2022 13h56Atualizada em 12/04/2022 15h17

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje que as negociações de paz com a Ucrânia estão em um beco de saída e disse que as mortes na cidade de Bucha, na região de Kiev, são falsas.

A declaração foi dada pelo líder russo em uma entrevista coletiva em um aeroporto no leste da Rússia. Em seu pronunciamento, Putin afirmou que a Ucrânia mudou sua posição após a rodada de negociações realizada em Istambul, no dia 29 de março, para uma que não era mais aceitável para Moscou.

Embora haja indicações de que a Ucrânia tenha adotado novamente esta semana uma postura mais construtiva, disse ele, a "operação militar da Rússia continuará até sua conclusão total" e seus objetivos sejam alcançados.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Putin também voltou a dizer a invasão da Ucrânia é uma "operação militar especial" e afirmou que ela estaria saindo "de acordo com o plano".

"Vamos agir de forma rítmica e calma, de acordo com o plano inicialmente proposto pelo estado-maior", disse o presidente russo. "Nosso objetivo é ajudar as pessoas que vivem em Donbass, que sentem seu vínculo inquebrável com a Rússia", acrescentou.

Repetindo discurso que tem feito desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, ele afirmou que a Rússia não tinha escolha a não ser invadir a Ucrânia porque um confronto com "neonazistas" treinados no Ocidente era inevitável. "O que está acontecendo na Ucrânia é uma tragédia", disse Putin.

Durante a entrevista coletiva, ele ainda fez críticas aos países europeus e às sanções aplicadas contra a Rússia. Segundo ele, essas nações estariam agindo como "poodles" dos Estados Unidos.

Ação militar vai continuar até 'conclusão total'

Hoje mais cedo, Putin também comentou o andamento da guerra com a Ucrânia e disse que a "operação militar" vai continuar até sua "conclusão total".

O presidente russo quebrou o silêncio de dias sem aparecer publicamente ao visitar o Cosmódromo de Vostochny, no extremo Oriente da Rússia.

Durante o discurso do líder russo, que aconteceu depois de se encontrar com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, ele também disse "qualquer tentativa de impedir nosso desenvolvimento" ou "nos isolar artificialmente da economia global" seria "inútil".

Ucrânia afirma que conversas estão 'em andamento'

O conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, disse que as tratativas são "difíceis", mas que as conversas com a Rússia estão "em andamento".

"As negociações são extremamente difíceis. Online em subgrupos de trabalho. Mas elas estão em andamento", afirmou Podolyak, que é o principal negociador ucraniano. "Está claro que o fundo emocional no processo de negociação hoje é pesado", acrescentou.

Está claro que a delegação ucraniana trabalha exclusivamente dentro de uma estrutura pró-ucraniana e transparente. Também está claro que o lado russo segue suas táticas tradicionais de pressão pública sobre o processo de negociação, inclusive por meio de certas declarações públicas. Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia

Conversa com Putin não foi 'amigável', diz Áustria

Já o chanceler austríaco, Karl Nehammer, afirmou que sua reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin ontem "não foi um encontro amigável", em declaração dada para a mídia do país.

"A conversa com Putin foi muito dura e franca. Não foi um encontro amigável", informou a Chancelaria aos veículos de mídia. Ainda conforme o órgão, Nehammer afirmou que "a guerra deve cessar porque em um conflito desses os dois lados saem perdedores".

O chanceler alertou o líder do Kremlin que "há a necessidade de uma investigação internacional" para averiguar todas as denúncias feitas por Kiev nos mais de 45 dias de guerra.