Tomada de Mariupol e marca de tortura em civis: 57º dia de Rússia x Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que controla a região de Mariupol e ordenou que os militares cancelem o plano de invasão à usina siderúrgica de Azovstal. O local é um dos últimos pontos de resistência de soldados da Ucrânia desde o início da guerra, há 57 dias.
Segundo o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, o cerco russo é uma "operação terrorista". O plano de Putin é manter a região bloqueada.
"Considero desnecessária a proposta de invasão da zona industrial", disse o líder russo a Sergei Shoigu, ministro da Defesa. A orientação foi dada em uma reunião televisionada no Kremlin. "Eu ordeno que você a cancele", disse.
Na visão de Putin, o ataque à usina "custaria muitas vidas", visto que a região possui dezenas de galerias subterrâneas.
"É preciso pensar na saúde dos nossos soldados e oficiais, não devemos entrar nas catacumbas. A ideia é bloquear toda a área para que nem uma "mosca consiga passar", acrescentou.
Civis encontrados com sinais de tortura
Nove corpos de civis foram encontrados em Borodianka, próximo a Kiev, e alguns apresentavam sinais de tortura. As informações foram confirmadas pela polícia da capital.
"Essas pessoas foram mortas pelos russos e algumas das vítimas apresentavam marcas de tortura", escreveu no Facebook Andriï Nebytov, chefe da polícia local.
Em março, a gestão de Kiev apontou que a cidade foi palco de massacres de civis em março, quando as forças de Moscou ocuparam a região.
"Em uma vala, havia dois homens de 35 anos e, ao lado deles, uma adolescente de 15 anos", declarou Nebytov. Segundo ele, a polícia também encontrou em outra fossa os cadáveres de quatro homens e duas mulheres identificadas como "moradores da cidade."
Situação de Kharkiv é "tensa" após "bombardeio em massa"
A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi alvo de bombardeios em massa. No início desta quinta-feira, no horário local, o prefeito da cidade, Ihor Terekhov, declarou que ainda não há um plano de evacuação da cidade, segundo informações divulgadas pela CNN internacional.
"A situação é estressante, porque durante a noite houve um bombardeio muito grande", disse Ihor Terekhov.
"Dois mercados foram destruídos, os bombeiros estão apagando os incêndios lá agora. Houve um impacto direto em outro prédio residencial."
Os civis ucranianos foram transferidos para edifícios em que funcionavam jardins de infância, escolas e internatos. Ainda de acordo com Ihor, a situação está "tensa, mas sob controle".
Cerca de um milhão de pessoas permanecem em Kharkiv, e 30% da população havia deixado a região no início da guerra, principalmente idosos e mulheres com filhos. Até o momento, o prefeito disse que não há um plano de evacuação da cidade.
"Estou falando com as pessoas, elas não vão sair da cidade. E não consideramos necessário deixá-lo hoje", informou.
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