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EUA: Biden defende direito fundamental ao aborto caso Corte derrube decisão

Do UOL*, em São Paulo

03/05/2022 12h11Atualizada em 03/05/2022 14h57

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que vai trabalhar para defender o direito ao aborto no país, que classificou como "fundamental", caso a Suprema Corte anule as garantias constitucionais que permitem o procedimento.

Ontem, o site norte-americano Politico obteve um rascunho de de um juiz do tribunal, que diz que a decisão Roe versus Wade, de 1973, que legaliza o aborto no país, é "extremamente errada". Caso a Corte decida por derrubar a decisão, outras leis poderiam tornar o aborto ilegal instantaneamente em 22 dos 50 estados norte-americanos.

Biden ressaltou que o furo do Politico ainda não foi verificado, mas pediu que os cidadãos votem nas eleições legislativas de novembro para garantir o direito à escolha.

"Caberá às autoridades eleitas da nossa nação em todos os níveis de governo proteger o direito de escolha da mulher. E caberá aos eleitores eleger os funcionários a favor do direito de decidir em novembro", disse Biden em comunicado.

O presidente disse que irá "trabalhar para aprovar e converter em lei" uma legislação que permita a interrupção voluntária da gravidez nacionalmente, mas reconheceu que isso pode ser difícil com um Senado dividido por igual entre democratas e republicanos.

"A nível federal, necessitaremos de mais senadores a favor do direito de decidir e uma maioria a favor do direito de decidir na Câmara para adotar uma lei", afirmou. "Eu acredito que o direito da mulher de decidir é fundamental, e Roe [vs. Wade, a decisão que permite o aborto] tem sido uma lei nacional há quase cinquenta anos. Justiça básica e a estabilidade da nossa legislação pedem que ela não seja derrubada".

Em momentos em que muitos estados da União já promulgaram ou preparam leis restritivas para o aborto, Biden disse que havia pedido a seus assessores que estudaram "uma variedade de possíveis resultados nos casos pendentes na Suprema Corte". "Estaremos prontos quando qualquer decisão for emitida", declarou.

*Com AFP