Vestes de animais e invocação de espíritos: quem são os xamãs russos?
A figura dos xamãs ganhou destaque depois que dois deles encontraram o corpo do magnata russo Alexandre Subbotin, de 43 anos, morto após um ritual de cura. A dupla xamânica Magua Flores e Tina Cordoba tratou o ex-diretor da estatal russa LukOil com veneno de sapo e, após a incisão feita na pele do executivo, ele teve uma parada cardíaca.
A palavra "xamã" vem do russo, tungue saman. Ela diz respeito a práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas, especialmente a Sibéria, no leste da Rússia, mas não só.
Xamã é uma espécie de sacerdote, homem ou mulher, que geralmente entra em transe durante os rituais, manifestando poderes incomuns. Ele/a invoca espíritos e plantas e usa objetos para rituais no próprio corpo ou no corpo de assistentes e pacientes.
A comunicação com esses espíritos pode acontecer por meio de batidas de tambor, danças, sonhos e ervas alucinógenas.
Normalmente, os xamãs são pessoas que venceram desafios pessoais, como doença física ou mental, o que, na visão deles, é um sinal de um chamado. A vocação xamânica também passa de pai para filho, mas ninguém pode se autopromover xamã.
Nos dois casos, há uma longa preparação, com aprendizado sobre as plantas medicinais e outros métodos de cura, além dos poderes da natureza —eles consideram os planetas, as pedras, a terra, o céu e os animais como partes conectadas e sagradas.
Por isso, usam ervas, rituais, argila, fogo, cirurgias espirituais e técnicas de purificação.
A sessão xamânica é feita à noite. A comunidade se reúne no interior de uma tenda, em volta de um fogo. O xamã toca um tambor, dança e canta invocando espíritos. Ao atingir o transe, o corpo cai no chão e seu assistente assume o tambor.
Outro ponto importante para o xamanismo é a relação com os bichos. A maioria dos espíritos que orientam e incorporam os xamãs tem forma de animais.
Roupas e adereços são feitos de peles ou penas, com predominância de vestimentas que remetem aos lobos, animais mais encontrados na Sibéria.
Por fim, as primeiras citações registradas sobre os xamãs remetem a 1672, quando um padre ortodoxo teria encontrado um xamã durante um período de exílio na Sibéria.
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