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Após Finlândia, Suécia indica que pedirá para entrar na Otan

A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson; país deve abandonar neutralidade militar - AFP
A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson; país deve abandonar neutralidade militar Imagem: AFP

Do UOL, em São Pauilo

13/05/2022 07h42Atualizada em 13/05/2022 08h41

A Suécia indicou, hoje, que irá pedir para entrar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), um dia após o presidente e a primeira-ministra da vizinha Finlândia anunciarem serem favoráveis a uma adesão "sem demora" à aliança militar.

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, disse que a adesão à Otan ajudaria a estabilizar o país, além de beneficiar outras nações ao redor do Mar Báltico.

"A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa", disse Linde a repórteres ao apresentar um relatório sobre segurança ao parlamento.

"O não alinhamento militar nos serviu bem, mas estamos em uma nova situação agora", acrescentou.

Segundo o jornal "Expressen", o pedido oficial da Suécia de adesão à Otan será feito na próxima semana. O Parlamento da Suécia deve debater a situação de segurança na segunda-feira e a primeira-ministra Magdalena Andersson convocará uma reunião especial do gabinete onde a decisão formal de candidatura será tomada, disse o Expressen, citando fontes não identificadas.

Um pedido será enviado diretamente depois disso, supondo que nada inesperado ocorra, disseram fontes ao jornal.

Nesta quinta-feira (12), o presidente e a primeira-ministra da Finlândia já haviam anunciado serem favoráveis a uma adesão "sem demora" do país à Otan.

A decisão finlandesa será formalizada neste domingo (15) à organização, conforme um comunicado conjunto do presidente Sauli Niinistö e da premiê Sanna Marin.

Ser membro da Otan reforçaria a segurança na Finlândia. Enquanto membro da Otan, a Finlândia reforçaria a aliança no seu conjunto. Trecho de comunicado

Tanto a Suécia quanto a Finlândia adotam a neutralidade militar desde a Guerra Fria. No entanto, após a Rússia alegar o avanço da Otan na região como um dos motivos para invadir a Ucrânia, eles se sentiram ameaçados pelos planos russos de instalar armas nucleares na região do Báltico.

No ranking do Índice Global da Paz, que mede a paz no mundo, suecos e finlandeses estão sempre em bons patamares, apesar da recente onda de violência entre gangues rivais na Suécia.

Desde abril, os governos dos dois países vêm discutindo a possibilidade de ingressar na Otan. Estados Unidos, Alemanha e França se colocaram à disposição para facilitar a entrada dos dois países.

Diante desta possibilidade, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que, caso os países entrem na Otan, "a Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir as ameaças à sua segurança nacional que surgem a esse respeito".

O porta-voz russo, Dmitry Peskov, também informou que a Rússia estará preparada para dar a "resposta mais decisiva" se algum lado tentar entrar no conflito na Ucrânia" e "entrar na operação militar especial, que agora está sendo realizada pelas Forças Armadas da Federação Russa".

"Operação militar" é o termo que os russos usam para classificar a guerra que promovem no território ucraniano, que hoje entrou em seu 79º dia.

Putin vê "potencias ameaças", diz porta-voz

O presidente russo, Vladimir Putin, vê "potenciais ameaças à segurança" da Rússia com a possibilidade da entrada de Suécia e Finlândia na Otan.

A observação de Putin foi feita a membros permanentes do Conselho de Segurança da Federação Russa, que se reuniu hoje, de acordo com relato do porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov.

Uma troca de pontos de vista ocorreu sobre o tema da decisão da Finlândia e da Suécia de aderir à Otan e as potenciais ameaças à segurança da Rússia decorrentes a esse respeito. Dmitry Peskov