Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Esse conteúdo é antigo

Ucrânia diz que vencerá guerra 'antes do fim do ano' e tenta retomar Izium

14.mai.2022 - Mulher do lado de fora de sua casa destruída após bombardeio russo na vila de Bezruky, na região de Kharkiv - REUTERS/Ricardo Moraes
14.mai.2022 - Mulher do lado de fora de sua casa destruída após bombardeio russo na vila de Bezruky, na região de Kharkiv Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

Do UOL, em São Paulo*

14/05/2022 07h53Atualizada em 14/05/2022 14h46

A guerra na Ucrânia atingirá um "ponto de inflexão" em agosto e a Rússia será derrotada "antes do fim do ano", afirmou hoje o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov. Em entrevista ao canal britânico Sky News, a autoridade também disse que Kiev conseguirá recuperar todo seu território.

A vitória "não será fácil, mas acontecerá", afirmou Budanov, ao dizer que se sente tranquilo e "otimista" a respeito da evolução do conflito. "O ponto de inflexão acontecerá na segunda quinzena de agosto. A maioria das operações militares acabará até o fim do ano", previu.

Segundo autoridades, forças ucranianas também lançaram uma contraofensiva perto da cidade de Izium, controlada pelos russos, no leste da Ucrânia. A depender do que ocorrer nesse conflito, o resultado pode ser um retrocesso para os planos de Moscou de tomar toda a região de Donbass.

Nas últimas semanas, as tropas russas têm focado grande parte do seu poder de fogo nesse território, o que tem sido considerada uma "segunda fase" da sua invasão anunciada em 19 de abril pela Rússia —Moscou adotou essa mudança após não ter conseguido chegar à capital Kiev nas primeiras semanas da guerra.

Na noite de ontem, as Forças Armadas ucranianas disseram em uma breve atualização que militares russos estão deixando regiões ao norte de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia depois de Kiev. Essas tropas, segundo o comunicado, estão sob crescente pressão dos contra-ataques ucranianos ao longo de uma frente a oeste de suas linhas de abastecimento.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também publicou um vídeo em suas redes sociais no final da noite de ontem fazendo em balanço do 79º dia de guerra com a Rússia e disse que militares ucranianos tomaram mais mil assentamentos que eram ocupados por forças russas desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.

''Continuamos a restaurar os territórios desocupados da Ucrânia. Até hoje, 1.015 assentamentos foram desocupados, mais seis nas últimas 24 horas'', afirmou Zelensky em seu pronunciamento noturno.

"Devolvemos eletricidade, abastecimento de água, comunicações, transporte, serviços sociais para lá", acrescentou. Ainda de acordo com o presidente ucraniano, a Rússia já perdeu 200 aeronaves, 27.000 solados e 3.000 tanques, veículos armados e drones.

Esses números, no entanto, não são oficiais, já que a Rússia é pouco transparente em dar informações detalhadas sobre suas perdas na guerra.

Zelensky recebe senadores dos EUA

O presidente ucraniano recebeu hoje, em Kiev, uma delegação do Congresso liderada pelo líder da minoria no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell.

Zelensky disse em sua conta no Instagram que a visita "é um forte sinal de apoio bipartidário à Ucrânia por parte do Congresso dos Estados Unidos e do povo americano".

"Obrigado por sua liderança em nos ajudar em nossa luta não apenas por nosso país, mas também por valores e liberdades democráticas. Nós realmente apreciamos isso", escreveu o líder ucraniano.

Rússia corta fornecimento de energia para a Finlândia

As exportações de energia elétrica da Rússia para a Finlândia foram suspensas na madrugada ontem para hoje, horas depois do anúncio de uma empresa russa.

A empresa responsável pela importação de energia elétrica russa na Finlândia, a RAO Nordic, com 100% de capital russo, havia anunciado na ontem que o fornecimento seria suspenso pela falta de pagamentos, no momento em que a Finlândia pretende apresentar sua candidatura à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Adesão à Otan seria 'erro', diz Putin

Horas mais tarde, o presidente da Rússia, Vladimir Putin afirmou que o fim da neutralidade militar da Finlândia com a entrada do país na Otan seria um "erro". O comentário foi feito pelo líder russo em uma conversa por telefone com o seu homônimo finlandês, Sauli Niinisto, segundo comunicado divulgado pelo Kremlin.

Niinisto, por sua vez, divulgou um comunicado em que afirma que a invasão russa à Ucrânia "alterou o ambiente de segurança da Finlândia" e que o país escandinavo vai apresentar seu pedido de ingresso na aliança militar ocidental "nos próximos dias".

"A conversa foi direta e franca e foi conduzida sem irritação. Evitar tensões foi considerado importante", declarou o líder finlandês, que teve a iniciativa de telefonar para o Kremlin. Durante reunião da Otan, o chanceler finlandês, Pekka Haavisto, afirmou que quer manter as fronteiras com a Rússia "pacificadas".

Na mesma esteira das críticas de Putin, porém, o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou hoje que o Ocidente declarou uma "guerra híbrida total" contra a Rússia.

"O Ocidente declarou uma guerra híbrida total contra nós e é difícil prever por quanto tempo ela irá durar, mas é claro que as consequências serão sentidas por todos, sem exceção", disse Lavrov.

O chanceler disse que a Rússia fez de tudo para "evitar um confronto direto", e minimizou as sanções impostas pelos países ocidentais. "Políticos ocidentais devem entender que seus esforços para isolar o nosso país são em vão", afirmou.

G7 não reconhecerá fronteiras que Rússia quer impor

O G7 "nunca reconhecerá" as fronteiras que a Rússia deseja impor à força em sua guerra na Ucrânia, afirmaram neste sábado os ministros das Relações Exteriores do bloco, que reúne as sete nações mais ricas do planeta.

"Nunca reconheceremos as fronteiras que a Rússia tenta mudar com sua intervenção militar", afirmaram os ministros em um comunicado divulgado após a reunião em Wangels, norte da Alemanha.

"Vamos manter nosso compromisso de apoiar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, incluindo a Crimeia", acrescenta a nota.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, cujo país assume a presidência do G7 este ano, insistiu que a Ucrânia deve "decidir por conta própria" sobre o assunto "porque é seu território".

Mais de 50 casas destruídas em Lugansk

Mais de 50 casas na região separatista de Lugansk também foram destruídas por bombardeios russos, afirmou Serhiy Hayday, chefe da administração militar da região. O ataque ocorreu enquanto os combates continuam em torno de um cinturão de cidades industriais na área.

As casas estavam localizadas na área ao redor de Popasna e Lysychansk, disse Hayday. "Eles não precisam dessas pessoas e de suas casas - eles só precisam do território que o inimigo transforma em deserto", afirmou a autoridade.

O chefe da administração acrescentou, porém, que ataques foram repelidos tanto em Lugansk quanto em Donetsk.

* Com informações da AFP e Reuters