Ocidente declarou 'guerra híbrida total' contra a Rússia, diz chanceler
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou hoje (14) que o Ocidente declarou uma "guerra híbrida total" contra a Rússia.
O discurso foi feito no 80º dia da invasão da Ucrânia pela Rússia e vem na esteira das tratativas da Finlândia e da Suécia para aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"O Ocidente declarou uma guerra híbrida total contra nós e é difícil prever por quanto tempo ela irá durar, mas é claro que as consequências serão sentidas por todos, sem exceção", disse Lavrov.
O chanceler disse que a Rússia fez de tudo para "evitar um confronto direto", e minimizou as sanções impostas pelos países ocidentais. "Políticos ocidentais devem entender que seus esforços para isolar o nosso país são em vão", afirmou.
A possível adesão de Finlândia e Suécia à Otan seria um revés para o governo russo. Tradicionalmente, os dois países europeus adotam uma postura de neutralidade em confrontos e evitam alianças militares.
Na quinta-feira (12), o presidente e o primeiro-ministro finlandeses, porém, anunciaram que são favoráveis à entrada na Otan "sem demora". A decisão foi formalizada em um comunicado conjunto. "Ser membro da Otan reforçaria a segurança na Finlândia. Enquanto membro da Otan, a Finlândia reforçaria a aliança no seu conjunto", explicou o texto.
No dia seguinte, a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, disse que a adesão à Otan ajudaria a "estabilizar o país" e beneficiar outras nações.
"A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa", disse Linde a repórteres ao apresentar um relatório sobre segurança ao parlamento."O não alinhamento militar nos serviu bem, mas estamos em uma nova situação agora", acrescentou.
Tanto a Suécia quanto a Finlândia adotam a neutralidade militar desde a Guerra Fria. No entanto, após a Rússia alegar o avanço da Otan na região como um dos motivos para invadir a Ucrânia, eles afirmam que se sentiram ameaçados pelos planos russos de instalar armas nucleares na região do Báltico.
Diante desta possibilidade, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que, caso os países entrem na Otan, "a Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir as ameaças à sua segurança nacional que surgem a esse respeito".
*Com informações da agência Reuters
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