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Sistema de míssil balístico da Rússia cruza continentes e tem poder nuclear

Lançadores de mísseis balísticos intercontinentais russos Yars desfilam pela Praça Vermelha durante o desfile militar do Dia da Vitória no centro de Moscou - Alexander Nemenov/AFP
Lançadores de mísseis balísticos intercontinentais russos Yars desfilam pela Praça Vermelha durante o desfile militar do Dia da Vitória no centro de Moscou Imagem: Alexander Nemenov/AFP

Gabriel Dias

Colaboração para o UOL

17/06/2022 04h00

As forças nucleares do exército da Rússia não cansam de exibir seu poder militar com teste e exercícios que chamam a atenção do mundo. Entre as armas testadas recentemente em Ivanovo, a nordeste de Moscou, estão os sistemas de mísseis balísticos intercontinentais Yars com capacidade nuclear.

O Yars (uma abreviação, em russo, de 'foguete de dissuasão nuclear') é uma arma termonuclear, ou seja, uma arma segunda geração de armamento que funciona por fusão, como a bomba de hidrogênio.

Essa maior sofisticação significa um poder destrutivo muito maior do que as bombas atômicas da primeira geração em uma unidade mais compacta.

O Yars pode transportar ogivas nucleares que alcançam mais de 10.000 quilômetros e cruzam continentes, como o nome diz.

Acredita-se que este modelo de míssil tenha sido desenvolvido a partir de 2004, com testes feitos em 2007 e 2008, e entrado em serviço em fevereiro de 2010.

Embora os detalhes sobre as especificações e capacidades dos mísseis russos sejam limitados, há relatos de que ele foi projetado de forma semelhante ao ICBM SS-27 (Topol M) e ao Bulava (SS- NX-32) SLBM, ambos da Rússia.

O míssil tem 22,5 metros de comprimento e 2 metros de diâmetro. O peso total é estimado em 49.000 kg.

Ele teria um alcance mínimo de 2.000 km e um máximo de 10.500 km, sendo que a orientação é feita por um sistema inercial parecido com o usado no míssil RS-12M2 (Topol-M SS-27), o Glonass.

Os primeiros voos de teste foram realizados a partir do chamado Veículo Transportador-Erector-Launcher (TEL), com os mísseis implantados em silos, segundo um relatório da agência de notícias estatal russa de dezembro de 2014.

Segundo informações do fabricante, o Yars é capaz de penetrar alvos altamente protegidos e também qualquer sistema de defesa contra mísseis balísticos atual.

Testes nucleares

O Ministério da Defesa Russo informou que cerca de 1.000 militares e mais de 100 100 veículos participaram do teste que incluiu os lançadores do Yars.

Nas imagens divulgadas, é possível ver soldados removendo a camuflagem do que parece ser um sistema móvel de mísseis Yars.

O veículo então é visto percorrendo uma pista de terra enquanto é escoltado por soldados.

"Uma das tarefas de maior prioridade do exercício foi trabalhar uma ampla gama de questões sobre a busca e destruição de sabotagem condicional e formações de reconhecimento durante o dia e à noite", disse o informe.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou em seguida que o uso de armas nucleares na Ucrânia seria completamente inaceitável e teria resultados "inimagináveis".

Em maio, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Borisov, havia garantido que Moscou não será a primeira a realizar um ataque nuclear, já que só pode lançá-lo como forma de retaliação.