Premiê do Japão responsabiliza polícia por morte de ex-primeiro-ministro
O premiê do Japão, Fumio Kishida, responsabilizou hoje a polícia e as medidas de segurança adotadas pela corporação pelo assassinato do ex-primeiro-ministro do país Shinzo Abe, de 67 anos, morto após ser baleado durante discurso na cidade de Nara, no oeste do país asiático, no último dia 7. As informações são da agência de notícias AP (Associated Press).
"Acho que houve problemas com as medidas de segurança", argumentou Kishida. Imagens do local mostraram que o atirador, o ex-militar Tetsuya Yamagami, de 41 anos, chegou perto de Abe por trás ao mesmo tempo que os seguranças estavam olhando para a frente. Yamagami está detido provisoriamente pelo período de três semanas até que a promotoria decida se irá acusá-lo pela morte.
Segundo Kishida, membros da Agência Nacional de Polícia e da Comissão Nacional de Segurança investigam o caso e irão apontar medidas como resposta para o caso.
Hoje, uma equipe de policiais nacionais já se deslocou para a sede da polícia de Nara para colaborar nas investigações da morte.
"Peço-lhes que façam uma inspeção minuciosa e consertem o que precisa ser consertado, enquanto também estudam exemplos em outros países."
Homenagem para Abe
Durante entrevista, o premiê japonês também divulgou que pretende fazer um "funeral de Estado" para Shinzo Abe como forma de homenagear o trabalho feito pelo ex-primeiro-ministro ao país, inclusive, ajudando na aliança de segurança entre Japão e Estados Unidos.
"Ao realizar um funeral de Estado em memória do ex-primeiro-ministro Abe, o Japão mostrará sua determinação em não ceder à violência e defender firmemente a democracia. (...) O Japão também mostrará ao mundo sua determinação em manter seu vigor e abrir um caminho para o futuro."
Caso seja realizado, o funeral de Estado de Abe seria o segundo feito a um ex-primeiro-ministro desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O primeiro foi realizado para o ex-premiê Shigeru Toshida no ano de 1967.
A proposta de Kishida não foi bem recebida por todos os parlamentares. Membros da oposição não concordam e apontaram que a cerimônia causaria grandes danos aos recursos públicos por retirar o dinheiro de impostos para a celebração.
Morte
O ex-primeiro-ministro do Japão foi atingido por dois disparos pelas costas. Abe morreu após ter sido baleado durante um evento de campanha na região de Nara, no oeste do país. Ele discursava em um comício para as eleições do Senado, marcadas para o dia 10, quando houve estampidos e fumaça. Logo depois, Abe cai do palco.
O atirador foi detido no local e identificado como Tetsuya Yamagami, de 41 anos. Ele confessou o crime e disse que usou um dispositivo improvisado, feito em casa, para atirar em Abe. De acordo com informações da polícia, o suspeito acreditava que o ex-premiê fosse parte de um grupo que ele odeia.
A posse de armas no Japão é regida por leis rígidas, e atentados como o caso de Abe são raros no país.
Na ocasião, Fumio Kishida disse que o crime é "absolutamente imperdoável". "É um ato de barbárie durante a campanha eleitoral, que é a base da democracia, e é absolutamente imperdoável. Condeno este ato nos termos mais fortes", disse ele à imprensa.
A comunidade internacional também reagiu ao assassinato. Abe deixou a esposa Akie Abe, com quem se casou em 1987. O casal não teve filhos.
*Com AFP e Reuters
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