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Biden confirma morte de substituto de Bin Laden: 'Não há mais que temê-lo'

Do UOL, em São Paulo

01/08/2022 19h02

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou hoje que o principal líder da Al Qaeda e mentor dos ataques terroristas de 11 de setembro, Ayman al-Zawahiri, foi morto pelas forças do país durante operação militar no Afeganistão. Médico oriundo de uma família influente do Egíto, Zawahiri passou a comandar o grupo após o assassinato do fundador, Osama bin Laden, em 2011.

"Por décadas, ele foi o cérebro por trás dos ataques aos norte-americanos. A justiça foi feita e não há mais que temer esse líder terrorista", disse Biden. "E para aqueles ao redor do mundo que continuam procurando prejudicar os Estados Unidos, ouçam-me agora, sempre permaneceremos vigilantes, e agiremos, e sempre faremos o que for necessário para garantir a segurança dos norte-americanos e dentro e fora de nosso território."

O que diz o Taleban

As autoridades norte-americanas afirmam não houve mortes de civis. A morte de Al-Zawahri representa um golpe significativo na capacidade do grupo de operar. Os EUA acreditam que ele continuava a fornecer direção estratégica à vasta rede terrorista e estava organizando futuros ataques contra o país.

O porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, confirmou hoje um ataque aéreo realizado por um drone em Cabul, capital do país. Ele disse que o Emirado Islâmico do Afeganistão vê isso como uma clara violação de acordos internacionais que que estabeleceram em 2020 a retirada de tropas americanas do país

"O Emirado Islâmico do Afeganistão condena veementemente este ataque a qualquer pretexto e considera-o uma clara violação dos princípios internacionais e do Acordo de Doha. Tais ações são uma repetição das experiências fracassadas dos últimos 20 anos e vão contra os interesses dos Estados Unidos da América, do Afeganistão e da região. Repetir tais ações prejudicará as oportunidades disponíveis", afirmou o porta-voz do país.

Aliado próximo de bin Laden

"Àqueles 19 irmãos que saíram e entregaram suas almas a Alá Todo-Poderoso, Deus Todo-Poderoso lhes concedeu esta vitória que estamos desfrutando agora", disse al-Zawahiri em mensagem divulgada em abril de 2002, sete meses após os ataques às torres do World Trade Center em 2001. Essa foi a primeira de muitas mensagens que o terrorista enviaria ao longo dos anos, instando os militantes que continuassem a luta contra os Estados Unidos.

Ele fez a estréia pública como militante muçulmano quando estava na prisão por seu envolvimento no assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat em 1981, depois que o líder egípcio fez as pazes com Israel. Ele passou três anos na prisão após o assassinato de Sadat e alegou que foi torturado durante a detenção. Após sua libertação, al-Zawahiri foi para o Paquistão, onde cuidou de combatentes feridos que lutaram contra a ocupação soviética do Afeganistão.

Foi quando conheceu Bin Laden e encontrou uma causa comum. "Estamos trabalhando com o irmão Bin Laden", disse ele ao anunciar a fusão de seu grupo terrorista, a Jihad Islâmica Egípcia, com a Al Qaeda em maio de 1998. Juntos, os dois líderes terroristas assinaram um manifesto: "O julgamento de matar e lutar contra norte-americanos e seus aliados, sejam civis ou militares, é uma obrigação para todo muçulmano".

Mentor do 11 de setembro

Os ataques contra os Estados Unidos começaram semanas depois da fusão dos grupos de bin Laden e al-Zawahiri, com os atentados suicidas das embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, que mataram mais de 200 pessoas e feriram mais de 5.000. Em seguida, houve o ataque ao USS Cole no Iêmen em outubro de 2000, quando homens-bomba em um bote detonaram seu barco, matando 17 marinheiros americanos e ferindo outros 39.

O ponto culminante da conspiração terrorista de al-Zawahiri ocorreu em 11 de setembro de 2001, quando cerca de 3.000 pessoas foram mortas nos ataques às torres gêmeas do World Trade Center e do Pentágono. Um quarto avião sequestrado, com destino a Washington, caiu em um campo da Pensilvânia depois que os passageiros reagiram.

Desde então, al-Zawahiri elevou seu perfil público, aparecendo em vários vídeos e fitas de áudio para instar os muçulmanos a se juntarem à jihad contra os Estados Unidos e seus aliados. Em maio de 2003, ataques suicidas quase simultâneos em Riad, na Arábia Saudita, mataram 23 pessoas, dias depois que uma fita que supostamente continha a voz de Zawahiri foi lançada.