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Influenciadora é investigada por publicar vídeos cozinhando tubarão-branco

Tizi, que tem 8 milhões de seguidores em plataforma chinesa, chegou a posar ao lado do tubarão, para destacar seu tamanho - Reprodução/Youtube
Tizi, que tem 8 milhões de seguidores em plataforma chinesa, chegou a posar ao lado do tubarão, para destacar seu tamanho Imagem: Reprodução/Youtube

Do UOL, em São Paulo

03/08/2022 08h18Atualizada em 04/08/2022 08h24

Uma influenciadora é investigada pela polícia da China após compartilhar imagens nas redes sociais preparando e consumindo uma refeição com carne de tubarão-branco.

A mulher, que se apresenta na web como Tizi, tem mais de oito milhões de seguidores na plataforma de streaming Douyn, a versão local do TikTok, onde é conhecida por seus vídeos de gastronomia.

Na receita polêmica, que já foi deletada do perfil, Tizi mostra todas as etapas de preparo da carne do tubarão. Ela começa o passo a passo desembrulhando o animal morto em um local público, cercada por dezenas de pessoas. Como parte do "show", deita ao lado dele para destacar o tamanho do tubarão, de mais de dois metros de comprimento.

"Ele pode parecer perigoso, mas sua carne é verdadeiramente delicada", descreveu a influenciadora durante o preparo, enquanto cortava o corpo do tubarão em grandes pedaços. Os bifes foram marinados e depois grelhados, enquanto a cabeça do animal foi cozida em um molho picante.

O vídeo foi postado no meio de julho, mas apenas no domingo (31), a polícia da cidade de Nanchong confirmou que está investigando o caso e que o animal consumido por Tizi era um tubarão-branco, listado como uma espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza — um degrau abaixo da ameaça de extinção.

A posse ilegal de animais protegidos pelo governo chinês, como é o caso do tubarão morto por Tizi, pode render de cinco a 10 anos de prisão. Em resposta à investigação, a influenciadora afirmou que adquiriu o bicho por "meios legais" e que ele era criado em cativeiro.

Já entidades sanitárias do país declararam na segunda (1) que a afirmação é "inconsistente com os fatos", reforçando que as ações da mulher continuarão sendo investigadas, de acordo com nota reproduzida pelo canal norte-americano CBS. Apesar de o vídeo original já ter sido deletado das plataformas da mulher, cópias foram postadas em outras redes, como o Youtube.

Além da polêmica em torno do consumo de uma espécie rara, Tizi também faz parte de um nicho de conteúdo criticado pela mídia estatal chinesa, conhecido como "mukbang". O termo coreano define os vídeos de pessoas fazendo refeições extravagantes como forma de entretenimento.

Plataformas chinesas vêm há anos defendendo o banimento de contas do tipo por "promover alimentação em excesso e desperdício de comida".