Brasileiro é espancado em saída de boate em Portugal e passa por cirurgia
Um brasileiro foi agredido dentro de uma boate na cidade de Faro, na zona turística do Algarve, em Portugal. O baiano Douglas Rosa, que trabalha no setor de construção civil, estava com a mulher comemorando o aniversário de uma amiga do casal, quando os seguranças do local teriam pedido para que os clientes, que cantavam músicas latinas, se calassem. Ele acusa os agressores de xenofobia, segundo declarações para o jornal O Globo.
Um dos convidados da comemoração teria tentado conversar com os funcionários, mas sem sucesso. Ele e os outros homens do grupo acabaram sendo colocados para fora da casa noturna à força e, já do lado de fora, Douglas teria desmaiado após receber uma paulada na cabeça.
Mesmo desacordado, o brasileiro ainda recebeu mais chutes e pauladas. A gravidade dos ferimentos obrigou a realização de uma cirurgia plástica no imigrante, que mora no país europeu há três anos.
"Houve xenofobia desde o momento em que começamos a cantar nossas músicas latinas. Outros grupos estavam dançando e cantando, mas só pediram para a gente se calar, em tom agressivo e grosseiro, porque estávamos fazendo barulho. Não entendemos, porque pagamos para dançar e cantar", afirmou Gislene Rosa, mulher de Douglas, ao jornal carioca O Globo.
A ajudante de cozinha contou ainda que o caso de preconceito na boate, a Call In Faro, não foi um caso isolado. Depois da agressão sofrida pelo companheiro, ela coletou relatos na internet de outras vítimas que teriam sofrido discriminação no local, encaminhando o dossiê à delegacia que irá investigar o caso, registrado na madrugada de sábado para domingo (7).
Outro convidado da festa, o venezuelano Juan López também teve que passar por cirurgia plástica no rosto após as agressões, com as vítimas sendo transferidas para Lisboa, diante da falta de estrutura em Faro.
Em nota publicada nas redes sociais, a Call In declarou que "houve troca de agressões" em frente à boate "envolvendo cidadãos alheios à empresa".
"No momento, estamos à procura da melhor solução para o ocorrido. Sempre recebemos pessoas de todos os gêneros e nacionalidades, com funcionários qualificados e preparados para oferecer o melhor serviço. Não nos identificamos com comportamentos preconceituosos e estamos sempre a combater tais atitudes. Estamos a colaborar com as autoridades no sentido de atribuir responsabilidades. Lamentamos que este tipo de episódio ainda tenha lugar", completou o comunicado, sem mencionar a atuação dos seguranças.
A agressão contra Douglas é a segunda sofrida por brasileiros em boates de Portugal nos últimos quinze dias. No dia 24 de julho, o carioca Jefferson Terra Pinto, de 33 anos, morreu após ser espancado na saída de uma casa noturna em Lisboa.
Ainda dentro da discoteca, ele teria se desentendido com um outro cliente, um cidadão romeno. Os dois foram expulsos e, já na calçada, o agressor teria aproveitado um desequilíbrio do brasileiro para atingi-lo com golpes na cabeça. O rapaz, que estava há menos de um ano no país, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Ele deixou um filho de 1 ano e cinco meses.
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