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Condição rara deixa idoso desfigurado após cirurgia de pulmão na Austrália

O enfisema subcutâneo é uma condição rara, ocorrendo em menos de 0,43% das pessoas no mundo - Divulgação/Epworth HealthCare
O enfisema subcutâneo é uma condição rara, ocorrendo em menos de 0,43% das pessoas no mundo Imagem: Divulgação/Epworth HealthCare

Colaboração para o UOL

02/09/2022 18h03

Um australiano de 75 anos ficou com o rosto desfigurado depois de passar por uma cirurgia para remover parte do pulmão direito. Durante o pós-operatório, o paciente apresentou uma condição rara, chamada enfisema subcutâneo, que deixou seu rosto inchado a ponto de impedir que ele abrisse os olhos.

O enfisema subcutâneo é uma espécie de bolsa de ar que se forma sob a pele. No caso do idoso, ela continuou a crescer e se estendeu da pelve até rosto. A condição atingiu também pescoço e peito. Os médicos usaram um tubo torácico para retirar os bolsões de ar e ele se recuperou completamente.

Em um artigo publicado ontem (1) no New England Journal of Medicine, uma equipe de pesquisa australiana destacou o caso raro, apesar de não explicar há quanto tempo o homem sofria de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).

Os médicos realizaram uma cirurgia de redução do volume pulmonar no lobo superior direito do órgão. O procedimento é comum para pessoas que sofrem de DPOC e cuja condição se deteriorou a ponto de que parte do pulmão precisa ser removida.

Essa cirurgia é frequentemente recomendada para ajudar a aliviar os problemas respiratórios que a condição pulmonar crônica geralmente causa. Por conta de complicações com a cirurgia, porém, o homem sofreu um derrame pulmonar e, logo em seguida, um enfisema subcutâneo.

Tubo para remover as bolsas de ar

Para reverter o quadro, os médicos usaram um tubo torácico - colocado entre o revestimento de sua pele e músculo - logo abaixo de suas costelas. Duas horas após o início do tratamento, o inchaço já havia diminuído significativamente. Em cinco dias, a condição havia desaparecido completamente.

Uma semana depois da remoção do tubo, o idoso recebeu alta do hospital, de onde saiu em boas condições.

Raro, o enfisema subcutâneo ocorre em menos de 0,43% das pessoas no mundo, de acordo com um relatório da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, publicado no início deste ano.

Mais de sete em cada dez casos ocorrem em homens. Em muitos casos, a condição não é clinicamente detectável, pois nem sempre o enfisema subcutâneo forma uma protuberância visível.