Topo

Esse conteúdo é antigo

Trump apoia reeleição de Bolsonaro: 'Nenhum líder me ligou mais que ele'

Ex-presidente dos EUA Donald Trump e presidente, Jair Bolsonaro, em encontro na Flórida - TOM BRENNER
Ex-presidente dos EUA Donald Trump e presidente, Jair Bolsonaro, em encontro na Flórida Imagem: TOM BRENNER

Colaboração para o UOL, em Brasília

08/09/2022 12h07Atualizada em 12/09/2022 09h03

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse, hoje, dar total apoio à campanha de reeleição presidencial de Jair Bolsonaro (PL). "Chamado de 'Trump dos Trópicos', ele fez um ótimo trabalho para o povo maravilhoso do Brasil", disse o republicano em sua rede social, Truth Social.

"Ele é um grande homem que tem todo o meu apoio. Nenhum outro líder me ligou tanto quanto ele quando eu estava na Casa Branca para pedir redução de tarifas e impostos. Bolsonaro ama o Brasil acima de tudo", afirmou o bilionário.

A manifestação ocorreu um dia após os atos de 7 de Setembro no Brasil, em meio a investigações sobre Trump.

O ex-presidente dos EUA é suspeito de envolvimento em fraudes fiscais por meio de suas empresas nos EUA e participação de conspiração contra a democracia por possível relação com a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021 — liderando esforços para anular os resultados das eleições em que ele foi derrotado pelo atual presidente, o democrata Joe Biden.

Bolsonaro foi alvo de críticas do governo dos Estados Unidos após ter afirmado, sem apresentar provas, em julho deste ano, que os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) buscam eleger políticos de esquerda ao supostamente impedir que medidas de transparência sobre o sistema de votação sejam adotadas.

Por meio de nota, a Embaixada dos EUA disse que as eleições brasileiras "servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo".

Bolsonaro é um proponente do voto impresso e tem feito reiterados ataques às urnas eletrônicas, muitos dos quais refutados por especialistas em segurança digital e órgãos oficiais, como a Polícia Federal.

"Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. À medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia", disse o governo dos EUA.

Em nota ao UOL, a Presidência da República disse que Bolsonaro manteve encontro com chefes de missões diplomáticas no Brasil para intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral.

"O presidente sublinhou aos representantes do corpo diplomático que sua própria carreira política é um resultado do sistema democrático. Lembrou seu período de mais de 30 anos como representante eleito, em trajetória iniciada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, passando pela Câmara dos Deputados e culminando com sua eleição à Presidência da República em 2018, com mais de 57 milhões de votos válidos, em campanha realizada com mínimo financiamento público."

Bolsonaro havia anunciado na semana passada que se reuniria com embaixadores de diversos países para participarem de reunião sobre o sistema eleitoral do Brasil. "O próprio ministro da Defesa mandou documento ao TSE dizendo que eleições são questão de segurança nacional. Não podemos encarar eleição sob manto da desconfiança", afirmou a apoiadores.

Urnas eletrônicas são seguras

Declarações de Bolsonaro que colocam sob suspeita o processo eleitoral brasileiro são falsas e os resultados de todas as eleições realizadas desde sua implementação são confiáveis, afirmam especialistas em segurança digital ouvidos pelo UOL. Autoridades, inclusive peritos da PF e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), também afirmar que a urna eletrônica é segura.

Segundo eles, nenhum sistema é 100% seguro. No entanto, na prática, é extremamente improvável aplicar uma fraude em larga escala na votação com urnas eletrônicas, já que isso implicaria a violação de inúmeras máquinas espalhadas pelo país. Mesmo assim, o TSE leva em conta, em seus testes de segurança, situações que são de complexa execução.

Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.