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Jovem mata estuprador, mas é condenada a pagar R$ 750 mil à família dele

Pieper Lewis fugiu da casa onde morava pela relação abusiva com a mãe; ela deu 30 facadas em homem que supostamente a estuprou - Reprodução/Twitter
Pieper Lewis fugiu da casa onde morava pela relação abusiva com a mãe; ela deu 30 facadas em homem que supostamente a estuprou Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

14/09/2022 13h48Atualizada em 14/09/2022 13h48

Uma adolescente de Iowa (EUA) terá de indenizar a família de um homem que a teria estuprado e a forçado a se prostituir, após o assassinar com 30 facadas, segundo a BBC e a ABC News. Pieper Lewis, 17, foi condenada a pagar US$ 150.000 (aproximadamente R$ 776 mil na cotação atual) aos familiares de Zachary Brooks, 37.

As investigações apontaram que Pieper fugia de uma relação abusiva com a mãe adotiva e dormia nos corredores de um prédio em Des Moines, quando um homem de 28 anos a levou e passou a traficá-la para outros homens.

Ela alegou que um desses homens era Brooks e que ele a estuprou várias vezes nos dias anteriores ao assassinato. Ainda de acordo com Pieper, ela diz ter sido ameaçada com uma faca pelo rapaz de 28 anos para ir com Brooks a um apartamento.

A jovem relatou às autoridades que, após mais um estupro, ela pegou uma faca de uma mesa e esfaqueou Brooks em um "ataque de raiva". A polícia e os promotores não contestam que Pieper foi violentada, mas argumentaram que o suposto estuprador estava dormindo quando foi esfaqueado, não configurando um perigo imediato para ela.

No ano passado, Pieper se declarou culpada por homicídio involuntário e lesão intencional no assassinato de Brooks em junho de 2020. Os crimes poderiam levá-la a 10 anos de prisão.

David Porter, juiz distrital do condado de Polk, adiou as sentenças de prisão, mas, caso ela viole qualquer parte de sua liberdade condicional, a pena será de 20 anos em regime fechado.

Quanto à multa significativa, o juiz lamentou e disse que o tribunal "não tem outra opção", devido às leis estaduais. Além disso, Iowa não dá às vítimas de tráfico pelo menos algum nível de imunidade criminal, como acontece em outros estados.

Em uma declaração, Pieper contou que é uma "sobrevivente" em seu julgamento. "Meu espírito foi queimado, mas ainda brilha através das chamas. Ouça-me rugir, veja-me brilhar e veja-me crescer. Sou uma sobrevivente".

Os promotores discordaram dela se colocar como "vítima", nas palavras deles, dizendo que ela não assumiu a responsabilidade pelo assassinato e "deixar seus filhos sem pai". Como ela teve passagem pela detenção juvenil, o juiz também demonstrou preocupação ao fato de ela não seguir regras estabelecidas. "Esta é a segunda chance que você pediu. Você não terá uma terceira".

Pieper aceita que cometeu o crime, mas defendeu seus atos. "Eu tirei a vida de uma pessoa. Minhas intenções naquele dia não eram apenas sair e tirar a vida de alguém. Em minha mente, senti que não estava segura e que estava em perigo, o que resultou nos atos. Mas isso não tira o fato de que um crime foi cometido".