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Jamil: Estrangeiros e diplomatas dizem que Bolsonaro não entendeu o luto

Colaboração para o UOL

20/09/2022 09h41

Jamil Chade, colunista do UOL, é correspondente na Europa e acompanhou a repercussão da viagem de Jair Bolsonaro (PL) para Londres. Em participação no UOL News desta terça-feira (20), ele contou que estrangeiros ficaram sem entender o comportamento do presidente e de seus apoiadores durante o final de semana em que acontecia o velório da Rainha Elizabeth 2ª.

Depois de ver o vídeo em que um britânico foi hostilizado por apoiadores de Bolsonaro, Jamil relatou o que ouviu de estrangeiros.

"O que esse aposentado disse para esse grupo foi o que eu ouvi durante o domingo inteiro. Diplomatas, governos estrangeiros e negociadores lotaram de mensagens: 'o governo brasileiro não entendeu o que é o luto? Que vergonha'", relatou Jamil.

O colunista também citou um exemplo para mostrar como Bolsonaro poderia ter controlado seus apoiadores.

"O presidente pode falar 'não controlo essa massa de pessoas, não tenho como agir'. Tem como agir sim. Como fez Obama quando ganhou eleição contra McCain. Quando ele fala do McCain, o público vaia. Ele para e diz 'aqui ninguém vaia o candidato de oposição, porque ele foi legítimo e honrado. Se você tem essa postura, pode influenciar apoiadores", exemplificou Jamil.

Por fim, o colunista também explicou que é normal Bolsonaro ter apenas apoiadores por perto em Londres. "É fácil construir essas imagens. Só apoiadores ficam sabendo onde ele vai estar nas chegadas e saídas. Oposição e nós (jornalistas) não temos a agenda".

Josias: Articulação de estrangeiros mostra que eventual aventura de Bolsonaro não será bem recebida

O colunista do UOL Josias de Souza comentou sobre a informação que Jamil Chade apresentou sobre a eleição presidencial do Brasil: estrangeiros articulam um reconhecimento internacional do resultado da eleição. Segundo Josias, isso previne o Brasil de uma possível "aventura" arquitetada por Bolsonaro.

"Hoje é impossível para um presidente autocrata dar um golpe, por causa de uma provável reação internacional. Há no Brasil e fora do Brasil pessoas e entidades preparadas para o apocalipse que Bolsonaro anuncia por uma possível derrota nas urnas", concluiu Josias.

Bolsonaro pode ter ampliado rejeição se queria passar imagem de estadista em Londres, diz professora

Denilde Holzhacker, professora e cientista política, também participou do UOL News e analisou as consequências da viagem de Bolsonaro para Londres. Ela entende que o presidente "reforçou a imagem negativa internacional" por ter usado aquele momento de luto para fazer campanha eleitoral.

"Se o objetivo era dar visão de estadista, de alguém que participa de um momento histórico importante, pode ser que ele ampliou a rejeição, não só na comunidade internacional, mas também naqueles que já o rejeitam, mostrando que o presidente não entende o cargo e o momento que mundialmente estamos passando", declarou Denilde.

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