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Elizabeth 2ª: petição quer devolução à África de diamante real de R$ 2 bi

Rainha Elizabeth 2ª segura o cetro de ouro e o orbe durante sua coroação em 1953 - Hulton Deutsch/Corbis via Getty Images
Rainha Elizabeth 2ª segura o cetro de ouro e o orbe durante sua coroação em 1953 Imagem: Hulton Deutsch/Corbis via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

19/09/2022 10h44Atualizada em 19/09/2022 10h44

O maior diamante lapidado do mundo virou centro de uma disputa entre África do Sul e Reino Unido, com cidadãos do país africano pedindo que os europeus devolvam a pedra preciosa, encrustada em um dos cetros da rainha Elizabeth 2ª. Ela teria sido presenteada à Família Real durante o domínio da colonização britânica, em 1905, segundo a revista britânica Time Out.

Mas a história é rebatida por críticos da monarquia, que afirmam que os britânicos, com seu domínio colonialista, roubaram o diamante da África no século 20. Em razão disso, mais de 6 mil pessoas já assinaram uma petição pedindo que o diamante volte à África e seja colocado em um museu. O objetivo dos organizadores da campanha é chegar a 7.500 assinaturas nos próximos dias.

A pedra preciosa era conhecida como "A Grande Estrela da África", mas teve seu nome alterado em homenagem ao presidente da mina em que foi extraída, Thomas Cullinan.

"A gema de 530 quilates foi extraída na África do Sul em 1905. Foi roubada da África do Sul. Seu valor estimado é de US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões)", acusou um perfil no Twitter após a morte de Elizabeth 2ª, em 8 de setembro, mencionando a teoria que não possui comprovação oficial.

O diamante, que enfeita a parte central de um dos cetros da rainha, esteve presente em sua despedida, realizada na última semana em Westminster, sendo exibido sobre o caixão da monarca, que permaneceu no trono por 70 anos.

A mídia sul-africana também vem debatendo quem são os verdadeiros donos da pedra, além de discutir a posse de outras joias que estão no acervo britânico e teriam sido levadas do país no início do século 20.

"O diamante Cullinan deve ser devolvido à África do Sul imediatamente. Os minérios do nosso país e de outros países continuam a beneficiar o Reino Unido às custas do nosso povo", criticou o ativista Thanduxolo Sabelo, envolvido no abaixo-assinado.

O diamante de 3.106 quilates, alvo da disputa, foi descoberto em 26 de janeiro de 1905 na Premier Mine, na província de Transvaal, na África do Sul.

A partir daí, segundo o site brittanica.com, o diamante original foi comprado pelo governo africano da época e, em 1907, vendido ao rei britânico Eduardo 7º. A compra da pedra inteira teria sido feita por 150 mil libras. Hoje, apesar de a joia nunca ter sido vendida, estima-se que ela vale 350 milhões de libras (R$ 2,1 bilhões).