Topo

Esse conteúdo é antigo

Mulher é condenada por simular o próprio sequestro para voltar com ex

Sherri Papini - Divulgação/Departamento de Polícia de Shasta
Sherri Papini Imagem: Divulgação/Departamento de Polícia de Shasta

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/09/2022 10h20

Uma mulher que simulou seu próprio sequestro em 2016 e inventou uma história elaborada para o FBI foi condenada a 18 meses de prisão. A mentira contada por ela levou a uma extensa e cara busca por criminosos inventados durante semanas, e um dos objetivos dela era retomar seu relacionamento com um ex, também envolvido no esquema.

A decisão da Justiça do estado da Califórnia (EUA) foi confirmada ao The New York Times. Sherri Papini, 40, morada de Redding, fingiu que havia desaparecido enquanto fazia uma caminhada de rotina em 2 de novembro.

Sherri foi encontrada pela polícia mais de 20 dias depois, amarrada e com vários ferimentos, incluindo o nariz quebrado. Ela disse às autoridades que foi sequestrada por duas mulheres hispânicas que a ameaçaram com uma arma.

Durante o depoimento, Sherri deu ao FBI uma descrição de suas supostas sequestradoras e amostras de DNA foram coletadas do corpo da vítima e do local do cativeiro. Mas, os investigadores não conseguiram à época determinar a motivação do crime e nenhuma prisão foi efetuada.

No entanto, as suspeitas se voltaram contra Sherri quando, em 2020, um novo teste de DNA indicou uma conexão com um membro da família de um ex-namorado da mulher.

Novas evidências e confissão

Os investigadores coletaram uma amostra de material genético do ex-namorado de Sherri para confirmar a correspondência e o resultado o colocou como suspeito de envolvimento no sequestro. Quando o homem foi chamado para dar esclarecimento, ele confessou que ajudou Sherri a simular a "fuga" de um relacionamento que, segundo ela, era abusivo.

Segundo o ex, Sherri planejou o falso sequestro e todas as condições para parecer ter sido vítima de agressões. Ela cortou o próprio cabelo, feriu algumas partes de seu corpo e pediu ao ex que deixasse marcas de escoriações nela. Na época em que cometeu o crime, Sherri era casada com o pai dos seus dois filhos.

Assim que a polícia reuniu evidências suficientes para comprovar a farsa, Sherri foi pressionada, mas insistiu em manter a história que havia contado anteriormente. Em março de 2022, as autoridades expediram acusações contra Sherri, que finalmente se declarou culpada, em meados de abril.

Ontem ela compareceu ao tribunal, onde recebeu uma sentença de 18 meses, além de 36 meses de liberdade condicional. A condenação se baseou em crimes de fraude postal e declarações falsas a agentes do FBI.

Os promotores federais disseram que "Sherri não apenas mentiu para a polícia, seus amigos e sua família, como também fez declarações falsas ao Conselho de Compensação de Vítimas da Califórnia e à Administração da Previdência Social" para receber mais de US$ 125 mil (mais de R$ 650 mil, na cotação atual) em benefícios por invalidez e "trauma do sequestro". O valor dos benefícios deverá ser devolvido, por ordem do juiz.

Como parte da sentença, o juiz ordenou que Sherri pague US$ 309.902 (aproximadamente R$ 1,6 milhão) em restituição por perdas relacionadas aos crimes e o processo.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A matéria apontou incorretamente a data do dia de Ação de Graças de 2016. A informação foi retirada do texto.