Topo

Esse conteúdo é antigo

Entenda a doença causadora dos 'pombos zumbis'; surto já ocorreu em SP

Em 2019, surto de paramixovírus de pombos (PPMV) foi investigado por equipe multidisciplinar do ICB-USP. - Reprodução/Mirror
Em 2019, surto de paramixovírus de pombos (PPMV) foi investigado por equipe multidisciplinar do ICB-USP. Imagem: Reprodução/Mirror

Do UOL, em São Paulo

28/10/2022 16h41

O surgimento de vídeos de pombos "zumbis" levantou preocupações sobre as causas para que os animais apresentem sintomas como pescoço torcido e cabeça trêmula. Identificados recentemente no Reino Unido, os casos estão relacionados com o paramixovírus de pombos, também conhecido como PPMV.

De acordo com autoridades em saúde pública, a infeção é endêmica entre a população de pombos em todo o mundo e há casos relatados com alta mortalidade e sintomas neurológicos na Ásia, Europa e América do Norte.

Segundo o governo do Reino Unido, o PPMV é muito contagioso. Por esse motivo, pássaros que compartilham o mesmo pombal tendem a apresentar sinais clínicos simultaneamente.

Veja, a seguir, as principais informações sobre o paramixovírus de pombos.

Registro da doença no Brasil

Em 2019, alguns pombos foram encontrados já sem vida ou moribundos próximos ao Centro de Controle de Zoonoses da cidade de São Paulo.

Segundo uma publicação feita pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em junho deste ano, uma investigação realizada por uma equipe multidisciplinar apontou que os casos estavam relacionados com paramixovírus aviário do tipo 1, também conhecido como vírus da doença de Newcastle.

A descoberta, contudo, foi que o surto estava relacionado ao genótipo denominado VI.2.1.2, uma variante geralmente letal para os pombos. Ainda segundo a publicação, o vírus circulava silenciosamente no Brasil desde 2014.

Sintomas da doença

Os sinais de infecção por paramixovírus de pombos incluem:

  • Sinais nervosos, como asas e cabeça trêmulas e torção do pescoço;
  • Paralisia parcial de asas e pernas. Isso pode resultar em queda durante voo e pouso, além de incapacidade de se alimentar;
  • Fezes úmidas e liquidadas (diarreia), em muitos casos em um tom esverdeado, tranquilidade, perda de apetite e relutância em se mover.

Disseminação

A doença se espalha a partir do contato direto entre pombos e através de:

  • Caixas de transporte de pombos que não foram adequadamente limpas e desinfetadas;
  • Água potável em pombais e caixas de transporte;
  • Columbófilos (criadores de pombos-correios) que espalham o vírus a partir de roupas, mãos e pés infectados;
  • Contato de pombos selvagens com pombos criados em pombais.

Prevenção e controle

A doença pode ser prevenida das seguintes maneiras:

  • Vacinação de pombos contra a doença;
  • Práticas rigorosas de biossegurança em instalações, principalmente em pombais.

Em sua página na internet, o governo britânico informa aos organizadores de eventos que envolvam pombos, como apresentações e corridas, a obrigatoriedade de vacinação para qualquer animal participante. Ainda, estabelece que os criadores de pombos de corrida devem manter o registro de cada evento no qual o animal participou.