Ministros renunciam após presidente do Peru tentar dissolver Congresso
Ao menos 12 ministros peruanos renunciaram após o presidente Pedro Castillo anunciar à nação que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do país.
Castillo causou uma aceleração no Congresso, que votou pelo impeachment dele —com 101 parlamentares a favor— por "incapacidade moral".
Com as movimentações, os seguintes ministros renunciaram:
- Heidy Juárez, da Mulher e das Populações Vulneráveis
- Silvana Robles, da Cultura
- Richard Tineo Quispe, dos Transportes e Comunicação
- Wilbert Rozas Beltrán, do Meio Ambiente
- Roberto Sánchez Palomino, do Comércio Exterior e Turismo
- Gustavo Bobbio Rosas, da Defesa
- Kelly Portalatino, da Saúde
- Juan Altamirano, Desenvolvimento Agrário e Irrigação
- Cinthya Lindo Espinoza, Desenvolvimento e Inclusão Social
- Rosendo Serna, da Educação
- Willy Huerta, do Interior
- Eduardo Mora, da Produção
Ao todo, o Peru tem 19 ministérios. Além dos ministros, o embaixador peruano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Harold Forsyth Mejía, também optou por deixar o cargo. Assim como Mejía, os demais justificaram a saída com pronunciamentos contra as atitudes de Castillo mirando o Congresso do Peru.
O que foi dito pelos agora ex-ministros?
"O golpismo político e a discriminação provocaram uma decisão extrema do presidente. Mas não posso, em princípios democráticos, concordar com esta decisão. Apresento a minha demissão irrevogável do Executivo", publicou Roberto Sánchez Palomino, do Comércio Exterior e Turismo.
"Tendo em conta a decisão tomada pelo presidente, que não está de acordo com a ordem constitucional e os meus princípios democráticos, decidi apresentar a minha resignação como ministra das Mulheres e das Populações Vulneráveis. A democracia deve vir primeiro", escreveu Heidy Juárez.
O presidente do Congresso, José Williams, explicou que a vice-presidente, Dina Boluarte, assume o cargo ainda hoje, quando ela deverá comparecer à Casa Legislativa. Boluarte denunciou "um golpe de Estado" após a decisão de Castillo.
O impeachment
Esta foi a terceira tentativa de impeachment por parlamentares da oposição em 16 meses, e já estava na ordem do dia. A votação foi adiantada, e congressistas participaram presencialmente e também à distância da sessão. Os votos a favor do impeachment foram bastante aplaudidos no plenário.
Apesar de dispor de apenas 80 congressistas, a oposição conseguiu ultrapassar o mínimo para aprovar o afastamento, que são 87 votos. Outros 50 parlamentares são governistas ou próximos ao governo.
Jornais peruanos chamaram a decisão de Castillo de uma tentativa de golpe de estado. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Castillo acusa o Congresso de usar de poderes para impedi-lo de governar.
População rejeita Congresso e Castillo
Em crise, o Congresso peruano enfrenta alta impopularidade por conta de escândalos de corrupção. A reprovação do parlamento chega a 86% nas pesquisas.
Castillo, por sua vez, é rejeitado por 70% dos peruanos e também enfrenta acusações de corrupção envolvendo até mesmo seus familiares e políticos aliados.
Até mesmo a vice-presidente do país, Dina Boluarte, enfrentou um pedido de impeachment recentemente, mas uma comissão do Congresso arquivou, nesta segunda-feira (5), a denúncia por uma suposta infração constitucional por falta de evidências.
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