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'Mais confortável': Por que assassino quer ser condenado à morte nos EUA

Steven Lorenzo já foi condenado a 200 anos de prisão por outros crimes sexuais - Reprodução
Steven Lorenzo já foi condenado a 200 anos de prisão por outros crimes sexuais Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

09/02/2023 11h21

Um assassino confesso de dois homens afirmou que prefere ser condenado à pena de morte do que pegar prisão perpétua. O norte-americano afirmou durante o julgamento que sua vida será "mais confortável" nos anos que antecedem a execução.

Me dê a pena de morte. Vai ser ótimo, é exatamente o que eu quero. Steven Lorenzo

Em dezembro, o réu se declarou culpado de participar de um esquema elaborado há 20 anos para violentar e matar homens gays. Ele já cumpre uma sentença de 200 anos em uma prisão federal desde sua condenação por drogar as vítimas e as assediar sexualmente.

A grande diferença, admite Lorenzo no julgamento, é que as prisões da perpétua e da pena de morte são diferentes e a primeira lhe permitiria algumas "regalias", já que a execução pode demorar 15 anos para acontecer.

Tenho 64 anos, posso ficar no corredor da morte por 10, 15 anos. É muito mais confortável do que uma prisão federal. Eles te dão cela particular, TV, computador, todas essas coisas. Na minha idade, a privacidade e a qualidade de vida são inestimáveis.

Lorenzo considera que, caso pegue prisão perpétua, tenha poucas chances de viver mais do que estes "10 ou 15 anos" e por isso pede para ser condenado à morte.

Os assassinatos

O comparsa de Lorenzo, Scott Schweickert, já condenado à prisão perpétua, atua como testemunha e descreveu como a dupla assassinou Jason Galehouse e Michael Wachholtz.

Segundo o Tampa Bay Times, o assassino falou sobre como ele e Lorenzo fantasiaram sobre sequestrar homens, mantê-los em cárcere, torturá-los e possivelmente vendê-los - caso não conseguissem, os "eliminariam".

Schweickert contou que ele e Lorenzo se conheceram por meio de um amigo em comum que sabia dos interesses sexuais que ambos compartilhavam.

Na noite da morte de Galehouse, os dois foram até uma boate gay, onde abordaram a vítima e a levaram até a casa de Lorenzo. Lá, Schweickert começou a fazer sexo com o homem, que estava amarrado a uma cama. Ele se retirou da cena e, quando retornou, Lorenzo enforcava a vítima.

Jason Galehouse e Michael Wachholtz, as vítimas da dupla de assassinos - Reprodução - Reprodução
Jason Galehouse e Michael Wachholtz, as vítimas da dupla de assassinos
Imagem: Reprodução

Na noite seguinte, eles retornaram à boate, onde conheceram Wachholtz, que concordou em ir até a casa de Lorenzo para uma "festa". Lá, a vítima foi dopada, violentada e morta.

As investigações e depoimentos apontaram que Lorenzo e Schweickert conheceram as vítimas em chats online.

"Vamos violar o mundo. Vamos transformar nossas fantasias em realidade. ... Fácil de fazê-los desaparecer sem nenhuma ligação conosco. ... Eu faço um estrangulamento por trás. Você o segura e o amarra, para que ele não seja encontrado novamente", diz uma mensagem retirada de uma conversa entre os dois.

A procuradora Susan Lopez afirmou que a dupla se aproveitava da vulnerabilidade das vítimas.

"Uma sentença de morte para o Sr. Lorenzo é a única apropriada", disse ela.