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Manifestantes bloqueiam acesso ao aeroporto de Paris: 'Não temos escolha'

Passageiros caminham na estrada com suas bagagens enquanto trabalhadores do Aeroporto Charles de Gaulle protestam do lado de fora do Terminal 1 - Lucien Libert/Reuters
Passageiros caminham na estrada com suas bagagens enquanto trabalhadores do Aeroporto Charles de Gaulle protestam do lado de fora do Terminal 1 Imagem: Lucien Libert/Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/03/2023 10h11Atualizada em 23/03/2023 12h53

Manifestantes bloqueiam um dos acessos ao principal aeroporto da França, o Charles de Gaulle, em Paris, na manhã de hoje.

O que aconteceu:

  • Funcionários do aeroporto de Paris protestam do lado de fora do Terminal 1 no 9º dia de greve na França. Eles são contra a reforma da previdência do presidente Emmanuel Macron, que aumenta a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos.
  • Imagens mostram passageiros caminhando nas estradas para chegar ao Terminal 1.
  • O acesso rodoviário está bloqueado, mas o aeroporto ainda pode ser acessado por trens, que operam com capacidade reduzida. Há protestos em todo o país, o que prejudica o transporte por trilhos.
  • Alguns voos foram cancelados. Os controladores aéreos também estão em greve, o que levou ao cancelamento de 20% a 30% dos voos previstos para hoje e amanhã, principalmente em trajetos mais curtos.
  • Órgão público pede que passageiros adiem deslocamentos. A Direção da Aviação Civil pediu aos passageiros que adiem as viagens se for possível e se "informem sobre a situação dos voos" antes do embarque. Os distúrbios devem se estender ao menos até o próximo sábado (25).

Não temos escolha a não ser a greve e bloquear a economia até que Macron ceda e retire o seu projeto.
Fabrice Criquet, secretário-geral do sindicato Força Operária dos Aeroportos de Paris

Manifestantes também queimaram pilhas de destroços para bloquear o tráfego de uma rodovia que dá acesso ao Aeroporto Charles de Gaulle.

Os protestos contra a reforma da previdência de Macron ganharam força após o presidente afirmar que, apesar da legitimidade dos atos, não mudaria a nova lei.

Autoridades francesas estimam que foram mais de 200 protestos em todo o país hoje. Em alguns pontos, manifestantes impedem a circulação de trens.

Em Nantes e Rennes, policiais usaram gás lacrimogêneo e canhão de água para dispersar os atos.

23.mar.23 - Um policial francês em tropa de choque, ferido durante confrontos com manifestantes, recebe ajuda em uma manifestação durante o nono dia de greves e protestos nacionais contra a reforma previdenciária do governo francês, em Paris, França - Gonzalo Fuentes/Reuters - Gonzalo Fuentes/Reuters
Um policial francês ferido em confrontos com manifestantes recebe ajuda em Paris
Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

Em Lorient, o jornal Ouest-France diz que projéteis provocaram um breve incêndio no pátio de uma delegacia de polícia.

A reforma da previdência de Macron também provocou uma greve em outros setores:

  • Funcionários paralisaram atividades da refinaria de Normandia, a maior da França. A Direção-Geral da Aviação Civil alerta companhias aéreas sobre o risco de desabastecimento de combustível nos aeroportos de Charles-de-Gaulle e Orly.
  • Companhias aéreas também foram aconselhadas a cancelar em até 30% o número de voos nos aeroportos de Paris na sexta-feira (24), quando deve haver uma greve dos controladores de voo. A princípio, os voos de longas distâncias não serão afetados, mas as conexões devem ser confirmadas pelos passageiros.
23.mar.23 - Uma vista mostra a Place de la Bastille enquanto manifestantes se reúnem para participar de uma manifestação durante o nono dia de greves e protestos nacionais contra a reforma previdenciária do governo francês, em Paris, França - Yves Herman/Reuters - Yves Herman/Reuters
Uma vista mostra a Place de la Bastille enquanto manifestantes se reúnem para protestar contra a reforma previdenciária do governo francês
Imagem: Yves Herman/Reuters

*Com informações de RFI e AFP